Leia a homenagem da Acadêmica Vanderlan Bolzani, professora titular do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC):
Nascido em São Paulo em 1947, desde criança era fascinado pelos brinquedos que exigiam o despertar pela ciência. Assim, desde cedo participava dos eventos escolares e foi um garoto do clube de ciência da escola onde estudou, em Perdizes, onde se encantava com os primeiros experimentos realizados em química e biologia.
Realizou o curso técnico em química industrial entre o período de 1967 a 1973, e concluiu bacharelado e licenciatura em química na Unicamp. Fez seu doutorado em química, também na Unicamp, e partiu para a França, para fazer pós-doutorado em espectroquímica de infravermelho e Raman, no Centro Nacional de Pesquisa Científica (LASIR-CNRS).
Estudando nanocompósitos, nanotubos inorgânicos, nanopartículas metálicas, vidros especiais, nanoecomateriais, interação de nanoestruturas com biossistemas, construiu o alicerce acadêmico e tecnológico de pesquisas em química inorgânica de grande importância para a ciência, tecnologia e inovação do País. Publicou mais de 250 trabalhos científicos e orientou mais de 50 teses de mestrado e doutorado. Sua extensa obra científica pode ser facilmente acessada na base Lattes, CNPq e nos inúmeros artigos, notas e vídeos disponíveis na Base Google, entre outras. Mas vale destacar aqui o Projeto de Prospecção em Nanociência e Nanotecnologia do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) (2004-2006). Também merece destaque sua filiação a várias sociedades científicas, dentre elas a Sociedade Brasileira de Química, da qual foi presidente no biênio 1998/2000 e membro do Conselho. Fez parte ainda do Conselho Deliberativo do CNPq (2001-2005).
Um sentimento de enorme tristeza nos invadiu com a demonstração mais clara do inexorável: a vida humana tem tempo determinado e imprevisível, ainda difícil de ser interiorizado em nossas mentes e corações. Aqui, nesta singela homenagem minha, em nome da SBPC, ao grande cientista brasileiro Oswaldo Alves, permitam-me parodiar o grande escritor brasileiro Guimarães Rosa: “As pessoas queridas não morrem, elas ficam encantadas.” Agora, “encantado”, estará eternamente entre nós!