O dia 8 de junho foi declarado pela Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial dos Oceanos.

O oceano, conectado em 71% da superfície da Terra, possibilita a vida humana no planeta. O bem estar da população terrestre e sua economia se beneficia do oceano pelo oxigênio para respirar, peixes e frutos do mar para a alimentação, lugares de descanso e lazer para visitar, caminhos marítimos para transporte e abrindo possibilidades para diversas atividades profissionais.

Porém, atividades humanas excessivas e sem regulamentação e as recentes mudanças climáticas estão causando a deterioração do ambiente marinho, reduzindo a biodiversidade e ameaçado os serviços ecossistêmicos. De acordo com o Acadêmico Luiz Drude de Lacerda, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Grupo de Trabalho da ABC sobre Oceanos, “o oceano enfrenta um momento crítico, no limiar de uma alteração com impactos irreversíveis sobre seu funcionamento e afetando o bem estar de mais de 70% da humanidade. O reconhecimento desse momento ímpar na história do planeta e do papel da ciência no seu equacionamento, levou a mobilização de diferentes organizações internacionais, culminando com o lançamento da Década da Ciência Oceânica pela ONU“, ressaltou o Acadêmico.

A Parceria InterAcademias (IAP, na sigla em inglês) acaba de lançar uma Declaração sobre a Proteção de Ambientes Marinhos, referendado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela maioria das 143 Academias nacionais que integram a parceria. 

A Declaração relata que a maior parte dos estoques pesqueiros são totalmente explorados: mais de 90% dos estoques marinhos estão em condição de sobrepesca (34,2%) ou no limite máximo sustentável de pesca (59,6%). O oceano absorveu 30% de todas as emissões antropogênicas de gás carbônico. No documento, as Academias do mundo incitam os líderes mundiais a melhorar a saúde dos oceanos, parando com a destruição de habitats e a disseminação de contaminantes ambientais, lutando contra mudanças climáticas e superexploração  e adotando políticas baseadas em ciência.

Luiz Drude de Lacerda integrou o Grupo de Trabalho responsável pela redação. “Participar deste grupo da IAP coloca a ABC na linha de frente da ciência oceânica e, principalmente, permite levar a visão do que é feito no Brasil e de sua contribuição. O oceano é global, é impossível avançar nessa área da ciência sem a necessária interdisciplinaridade e cooperação internacional”, apontou Drude. 

Drude destacou o papel fundamental que as Academias de Ciências desempenharam no processo. “Elas levaram a temática ao G20 em 2019, garantindo o apoio das nações mais ricas; promovem diferentes ações, como a recente Declaração IAP, os endossos às atividades da Década em suas respectivas regiões e a produção de estudos e organização de eventos no âmbito da ciência oceânica.”

 A declaração pode ser acessada aqui.

Conheça também o site da ONU sobre o Dia dos Oceanos!