Leia artigo do Acadêmico Hernan Chaimovich, professor emérito do Instituto de Química da USP e ex-presidente do CNPq, publicado no Jornal da USP, em 16/10:

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desde 1962, financia projetos e formação de pessoal em todas as instituições públicas ou privadas que, através da pesquisa, elevam a inteligência da população, a capacidade produtiva e a equidade social no Estado. Desde 5 de outubro de 1989, a Constituição Estadual de São Paulo, no Artigo 271, determina que:

“O Estado destinará o mínimo de um por cento de sua receita tributária à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, como renda de sua privativa administração, para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico.

Parágrafo único – A dotação fixada no ‘caput’, excluída a parcela de transferência aos Municípios, de acordo com o artigo 158, IV, da Constituição Federal, será transferida mensalmente, devendo o percentual ser calculado sobre a arrecadação do mês de referência e ser pago no mês subsequente”.

O espaço deste artigo não permite listar sequer parte significativa dos resultados decorrentes da pesquisa realizada em São Paulo com apoio da Fapesp. Mas não resisto a ilustrar alguns dos resultados recentes que, por ter aplicações práticas, podem melhor ajudar parte da sociedade a entender a importância de manter o financiamento da fundação. Alguns poucos exemplos de resultados dos mais de 25 mil projetos em andamento:

  • Fatores de risco associados a um terço das mortes causadas por 20 tipos de câncer no Brasil;
  • Desenvolvimento de uma molécula que freia o avanço da insuficiência cardíaca e melhora a capacidade do coração em bombear sangue;
  • Uma nova técnica que possibilita descontaminar órgãos para transplante;
  • Quantificação do carvão e da fuligem produzidos pela queima incompleta da madeira de árvores que chegam às águas do Rio Amazonas e são transportados para o Atlântico;
  • Modernização da administração pública;
  • Apoio a 217 startups e pequenas empresas em 144 municípios de São Paulo;
  • Sistema que separa por gravitação o dióxido de carbono do gás metano que são encontrados misturados nos poços de petróleo, principalmente nas reservas do pré-sal, em águas ultraprofundas;
  • Sistema para diagnóstico rápido dos vírus da dengue e zika;
  • Políticas públicas e propostas nas áreas de habitação, governança do orçamento público, política municipal, eleições e formação de governo, limpeza urbana, trânsito, grandes projetos urbanos e o desenho das linhas do metrô.

Se o agro (“tudo é agro”) paulista se beneficia financeiramente com o investimento em pesquisa da Fapesp, que dizer dos outros setores da atividade econômica? Não vamos esquecer da Embraer e os cálculos que permitiram a aviões pousarem em pistas molhadas. Não podemos deixar de lembrar de toda a indústria de fotônica perto de São Carlos. Ou dos bancos que se beneficiam financeiramente da pesquisa dos departamentos de computação das universidades.

Leia a matéria na íntegra, gratuitamente, no Jornal da USP.