Leia a matéria de Ana Conceição para o Valor Econômico, publicada em 10/8:

A terceira fase do projeto SoroEpi, uma iniciativa de cientistas e médicos da Universidade de São Paulo (USP) e da Secretaria da Saúde do Estado, mostrou que 17,9% da população acima de 18 anos do município de São Paulo foi contaminada pelo novo coronavírus — 1,5 milhão de pessoas, num total de 8,4 milhões. A proporção representa uma estabilidade com relação à segunda fase e, com isso, segundo os pesquisadores, a cidade passou pelo pior da pandemia.

Até domingo (9), São Paulo tinha 246,7 mil casos confirmados e 10.187 mortes por COVID-19, segundo o boletim mais recente da prefeitura.

Na terceira fase do SoroEpi, que terá um total de seis, não houve mudanças significativas na proporção de infectados no município, afirma o biólogo e professor da USP Fernando Reinach. “Se houve alguma alteração, ficou dentro do intervalo de confiança, de 95%. Podemos dizer que São Paulo deixou para trás a pior fase da pandemia”, disse o biólogo, nesta segunda (10), na apresentação dos resultados do projeto, um inquérito sorológico que rastreia a disseminação do novo coronavírus no município com apoio do Grupo Fleury, Ibope Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde.

Os números mostram que houve estabilidade na proporção de moradores infectados pelo novo coronavírus mesmo com a reabertura da economia no município, embora seja preciso mais algumas semanas para saber como essa taxa vai ficar. “Não vimos grandes mudanças nos 35 dias que separam as fases dois e três do inquérito sorológico. Mas é cedo para tirar conclusões”, afirma Reinach. Isso porque demora cerca de 20 dias para os casos chegarem aos hospitais e entre 30 e 40 dias para que novas mortes sejam notificadas.

Questionados sobre se com quase 20% de infectados o município estaria próximo da chamada imunidade de rebanho, os pesquisadores afirmam que isso pode ser possível, mas a questão é complexa, especialmente porque ainda não se sabe qual a porcentagem de infectados resultaria em imunidade de rebanho no caso do novo coronavírus. “Pode ser 20% ou 60%, não sabemos”, afirma Reinach.

Para Fernando Reinach, na atual fase da pandemia no mundo, a discussão sobre imunidade de rebanho vai ganhar mais força, em especial nos países mais pobres, que podem ter uma grande parcela de infectados antes da chegada de uma vacina eficiente contra a doença.

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