Leia artigo do Acadêmico Roberto Lent para a coluna A Hora da Ciência do jornal O Globo, publicado em 30/7:

Acadêmico Roberto LentAs crises também são reveladoras. Sofremos perdas no combate a uma pandemia mortal, mas sairemos dela com algumas vitórias. Estaremos mais pobres, mas mais cientes das desigualdades sociais. Dependentes de ferramentas remotas de interação, mas mais conscientes da importância do velho contato presencial. Recordistas em doentes e mortos, mas mais convencidos da relevância da ciência para vencer a pandemia.

No entanto, há uma dimensão do problema em que o Brasil se meteu para a qual não estamos tão alertas. É mais escondida, mais indireta, não causa morte física, causa morte social. É a pandemia da ignorância.

Os números são terríveis. De cada 100 crianças brasileiras que conseguem ingressar na escola a cada ano, apenas 60 concluem o ensino médio e só 30 são proficientes em leitura, escrita e matemática. Desnecessário citar mais dados. O quadro escancara a terrível ineficiência do nosso sistema educacional, que impede os jovens brasileiros de se prepararem para as novas profissões, que já surgiam antes e mostram-se mais claramente com a pandemia. Nossa Educação não está funcionando.

A revolução na Educação passa pela Ciência. Da mesma forma que na Saúde, não ;e mais possível apostar em alternativas intuitivas. É preciso reorientá-las para propostas baseadas em evidências. Todos os cientistas devem ser mobilizados, como uma pandemia: das ciências sociais às neurociências, da ciência da computação à psicologia, da economia à pedagogia.

Ciência para a Educação pode virar o jogo: é agora ou agora.

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