Leia o artigo da Acadêmica Marcia Barbosa para a Folha de São Paulo, publicado em 29/7:
Ao fim de um webinar, ouço a pergunta: a ciência vai nos salvar? Como pesquisadora, sei que a ciência já salvou minha vida inúmeras vezes. Se vivesse na Europa de 1800, minha expectativa de vida seria 34 anos e eu, nos meus 60, possivelmente estaria morta. Não foi um milagre ou uma conjunção de astros que aumentou a expectativa de vida da população, foi a ciência. Ela ampliou a produção e segurança alimentar, criou medicamentos e vacinas, inventou tecnologias para tornar o trabalho mais seguro e dinâmico e estabeleceu que a diversidade e a cooperação são instrumentos de eficiência.
E no Brasil? A ciência gera desenvolvimento não só na formação de recursos humanos. É responsável pela melhoria da produção agrícola, pelo desenvolvimento do etanol na produção de energia, pela criação da insulina humana recombinante, pela compreensão dos processos educacionais e a estruturação das cidades em países em desenvolvimento.
[…] As verbas para financiar a ciência de forma regular e ininterrupta existem. São provenientes de impostos específicos administrados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Hoje, enquanto jovens pesquisadores brasileiros vão para outros países em busca de oportunidades, o FNDCT mantém R$ 5,2 bilhões em caixa, e apenas R$ 600 milhões liberados para investimento.