Dirigentes de instituições de ensino e de ciência se reuniram, no dia 11/7, em um simpósio virtual para comemorar o aniversário de 69 anos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, fundada em 11 de julho de 1951. Os palestrantes falaram sobre a história e o papel da Capes na construção da ciência e da pesquisa no país.

Entre os participantes presentes estavam o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, a vice-presidente Helena Nader e os Acadêmicos Jorge Guimarães, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e Carlos Nobre, ambos ex-presidentes da Capes.

Jorge Guimarães, que presidiu  Capes por 11 anos, iniciou as palestras e destacou alguns dados sobre a participação do Brasil no desenvolvimento da ciência e da cooperação internacional. Para ele, o país precisa ter cuidado com a Capes pela importância do seu desempenho para o desenvolvimento do Brasil. “Países que não fazem um esforço interno não têm contribuição de cooperação internacional”, alertou o Acadêmico.

Entre 2015 e 2016, Carlos Nobre foi presidente da Capes e sua gestão foi marcada pela continuidade do modelo de avaliação dos programas de pós-graduação para a concessão de fomento às pesquisas. Nobre lembrou um momento difícil em sua gestão, quando a Capes sofreu um corte de 25% pelo governo, com o país em recessão econômica. “O Brasil deve seu grau de desenvolvimento aos esforços dessa agência, que responde pelo crescimento e pela valorização do país”, disse. O Acadêmico ressaltou criticamente um projeto retomado pelo Governo, neste ano, para a fusão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) à Capes, o que poderia afetar negativamente o financiamento das instituições e o repasse às pesquisas brasileiras.

O presidente da ABC, Luiz Davidovich, lembrou de Anísio Teixeira, o fundador da Capes, e sua contribuição para o ensino público e, consequentemente, para a democracia e a ciência no Brasil. “Responsável pelos grandes avanços da ciência brasileira, esse é um sistema de ciência e tecnologia que deve ser respeitado. Desejo uma vida longa à Capes”, disse. A vice-presidente da ABC, Helena Nader, também participou do simpósio e afirmou que a pós-graduação brasileira passou por uma mudança que garantiu equidade entre as diferentes regiões do país. “Hoje, há cursos com notas 6 e 7, os mais bem avaliados, presentes nas regiões Norte e Nordeste, onde não havia curso de pós-graduação há algum tempo”, afirmou.

O evento foi organizado pela ABC e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).