Os três Colégios que organizam as 49 áreas de avaliação da Capes – Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, Colégio de Ciências da Vida e Colégio de Humanidades – apontaram em carta aberta, encaminhada em 16/6 aos Conselhos da Capes e à Presidência, graves preocupações.

Estas se referem a relatório de acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) divulgado no site da Capes em final de maio de 2020. Segundo os signatários da carta, o documento ignora alterações já implantadas e testadas em seminário realizado em 2019.

O problema, de acordo com a carta, é resultado da ausência de debate com a comunidade científica que compõe a Capes (coordenadores de Área, Colégios, Conselho Técnico-Científico do Ensino Superior e o Conselho Superior).

Os pontos que despertaram tamanha preocupação são relativos “à redefinição das áreas de conhecimento; avaliação de impacto (definição de indicadores e avaliação por comissão externa); indicadores únicos para todas as áreas; extinção do Qualis periódicos; resultados financeiros como indicador de impacto; e conflitos no entendimento do que seja o modelo multidimensional.”

Após explicações e argumentações, a carta reafirma que “a Capes é um importante patrimônio brasileiro, que vem sendo construído ao longo das últimas seis décadas, contando com a participação ativa de toda a comunidade científica nacional e, por meio de seus mais de sete mil cursos, está presente em todas as regiões do país.

Essa estrutura é responsável, em grande medida, pela detecção e solução de problemas, sinalizando os rumos para um progresso que considere as diversas necessidades de nossa gente: ciência, tecnologia, arte e cultura.

Assim, a Capes deve ser tratada com o devido respeito e nenhuma alteração em sua estrutura pode ser conduzida sem uma correta e ampla participação da nossa comunidade científica, de acordo com os ditames do regime democrático participativo, pautado na Constituição de 1988.”

Leia a carta na íntegra.