Leia a matéria de Ana Lucia Azevedo para O Globo, publicada em 18/04:

RIO — A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Academia Nacional de Medicina (ANM) condenaram neste sábado os ataques aos autores de um estudo que revelou o risco de efeitos colaterais graves em pacientes de Covid-19 tratados com cloroquina. As duas entidades apoiaram os pesquisadores e destacaram a relevância do trabalho, cujos responsáveis chegaram a ser ameaçados de morte.

O presidente da ABC, Luiz Davidovich, destacou que as intimidações são um ataque contra toda a sociedade brasileira e podem atrasar o combate do coronavírus no país.

— É um ataque à liberdade de pensamento, de conhecimento e de produzir ciência que não pode ser tolerado. Ideologia e ódio não pautam a ciência, e sim a busca pela verdade e o conhecimento. Se esses grupos de ódio não forem duramente punidos, qualquer cientista que se atreva a fazer uma descoberta que não seja do interesse deles terá a vida ameaçada. Isso é uma ameaça gravíssima e prejudica o combate do coronavírus no Brasil —destacou Davidovich.

Efeitos colaterais graves

O documento da ABC afirma que “num momento de crise, como o que vivemos, os vieses ideológicos estão prejudicando a execução da boa ciência, pois desviam o foco dos pesquisadores para situações desconfortáveis e injustas”.

O estudo em questão teve ampla repercussão positiva internacional. No trabalho, os cientistas dizem que os testes com a cloroquina foram interrompidos por razões de segurança depois que pacientes com Covid-19 que tomaram uma dose elevada — considerada a necessária para, em tese, bloquear a multiplicação do coronavírus — apresentaram arritmia e tiveram aumentado o risco de sofrer um ataque do coração. Ao mesmo tempo, eles não encontraram evidências significativas de que a alta dosagem da cloroquina reduziu significativamente a replicação do vírus.

 

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