Leia artigo do Acadêmico Hernan Chaimovich, publicado on line no Nexo Jornal, em 23/11:

A desesperança que paira hoje sobre bolsistas e pesquisadores das universidades públicas brasileiras tem motivos de sobra para existir. O desrespeito à ciência, expresso em atos e discursos da atual administração executiva federal, vem sendo sentido de forma crescente. Muitas das atitudes dos personagens responsáveis pela educação em Brasília mostram, também, uma enorme falta de compreensão sobre o que é a pesquisa científica desenvolvida nas universidades públicas, o que ela faz, e qual a sua relevância. Sem falar da redução drástica dos investimentos públicos em CT&I (ciência, tecnologia e inovação).

A realidade exposta requer que se pergunte se existem motivos para supor que a situação poderia ser diferente e se a desesperança pode mudar o rumo de destruição que se aproxima. No Brasil, a área de ciência, tecnologia e inovação já produziu enormes e positivas mudanças na sociedade, na economia e na cultura. Existem ilhas de excelência, como o estado de São Paulo, onde é possível, ainda hoje, observar novos resultados desse investimento. Pelo seu passado e pelos exemplos do presente, a desesperança tem de ser combatida e transformada em espírito de luta por mudanças.

O Brasil já teve um dos mais sofisticados sistemas de investimento em CT&I do planeta, organizado por um conjunto de instituições com missões distintas que atendiam demandas sociais diferentes. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) financia, após análise de mérito, projetos de pesquisa e bolsas associadas a esses projetos. As propostas, nascidas da iniciativa individual de pesquisadores de distintas regiões do país, cobrem todo o espectro do conhecimento — desde física de altas energias até semiótica, da ciência mais fundamental a tecnologias de pronta aplicação.

A Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior), além de avaliar a implantação e o desempenho de programas de pós-graduação, investe em bolsas de pós-graduação para instituições de ensino superior. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) investe na infraestrutura de pesquisa das universidades, financia grandes projetos de interesse estratégico para o país e oferece crédito subsidiado para empresas interessadas em inovar.

As unidades da federação, depois da Constituição de 1988, estruturaram fundações cuja missão pode ser resumida em fomentar a pesquisa científica de interesse de cada um dos estados. Fundos Setoriais, financiados por renúncias fiscais em áreas da economia, como petróleo ou biotecnologia, podiam financiar pesquisa de interesse em suas respectivas áreas. Ainda que com orçamento e estrutura reduzidos, o Ministério da Ciência e Tecnologia era o lócus do planejamento estratégico e de gestão da diversidade.

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