O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) informou que “está coordenando o lançamento de um pacote de ações para identificar a melhor ciência para aplicação na remediação, controle de danos e prevenção de derramamento de óleo”. A iniciativa conta com apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que na semana passada recomendou ao ministério a articulação de grupos de pesquisa, como a que foi realizada em 2016 contra a epidemia de Zika, com a liberação de R$ 50 milhões para pesquisa.
A situação “exige medidas urgentes, de curto, médio e longo prazo”, afirmou o físico Luiz Davidovich, presidente da ABC, na carta ao ministro Marcos Pontes, do MCTIC, enviada na sexta-feira (1º). “Testemunhamos um modelo bem sucedido de enfrentamento de emergências”, disse no documento o dirigente da entidade científica, referindo-se ao esforço nacional de estudos sobre a Zika coordenado pelo ministério, envolvendo universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento federais e estaduais.
“Quanto mais cedo essa atividade científica começar, melhor será” , disse Davidovich no documento enviado ao ministério.
Pacote de ações
A iniciativa do MCTIC foi informada por meio de nota na noite de ontem, terça-feira (5), a Direto da Ciência, que no dia anterior pediu à pasta um posicionamente sobre a sugestão da ABC. Segue a transcrição integral da resposta do ministério.
A Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e comunicações (MCTIC) está coordenando o lançamento de um pacote de ações para identificar a melhor ciência para aplicação na remediação, controle de danos e prevenção de derramamento de óleo. Para oferecer uma resposta ao desastre ambiental no litoral do Nordeste o MCTIC, com o apoio da Academia Brasileira de Ciências, irá financiar as melhores soluções científicas disponíveis para remediar e controlar os danos ambientais provocados pelo derramamento de óleo, além de criar ferramentas de prevenção e identificação precoce de eventos futuros. A iniciativa vai contar com a participação do CNPq e deve receber apoio financeiro da Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados afetados.
Além disso, o MCTIC está testando tecnologias e produtos em Fortaleza para oferecer respostas para o enfrentamento ao óleo que está chegando nas praias no Nordeste e outras regiões. O assessor especial do Gabinete do Ministro, Arisitides Pavani, e equipe do MCTIC estão na cidade de Fortim onde manchas de óleo apareceram.
Procurado ontem por Direto da Ciência, o presidente da ABC confirmou ter recebido resposta do MCTIC. “Pediram nossa ajuda para elencar temas a serem considerados em um edital. Estamos trabalhando nisso, com consultas aos grupos de pesquisa relacionados com o tema”, disse Davidovich.
A nota do MCTIC nada mencionou sobre a recomendação do presidente da ABC de liberar recursos do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor Petróleo e Gás Natural (CTPETRO), que foi criado em 1999 e está com recursos contingenciados há vários anos.