Na escolha da carreira, algumas das maiores influências de Wendell Karlos Tomazelli Coltro foram os professores que provocaram o seu interesse pela química e o ajudaram a decidir pela graduação na área. Hoje, o novo afiliado da Regional Minas Gerais & Centro-Oeste da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para o período de 2018 a 2022, integra o corpo docente do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Nascido no Paraná, Wendell, de 39 anos, passou sua infância entre as cidades de Loanda e São Pedro do Paraná, no interior do estado. Em 1998, quando iniciou o bacharelado em química na Universidade Estadual de Maringá (UEM), sua tendência para a pesquisa logo se tornou mais forte quando ingressou na iniciação cientifica no Laboratório de Química de Alimentos.

Ele foi bolsista do Programa Especial de Treinamento (PET) e lembra desta como uma experiência fantástica: “Certamente despertou toda minha aptidão para atuar no meio científico”. Porém, o senso crítico foi desenvolvido apenas na pós-graduação. Sob a orientação do professor Emanuel Carrilho, Wendell realizou o mestrado e o doutorado em química analítica na Universidade de São Paulo (USP), com período sanduíche na The University of Kansas, nos Estados Unidos.

“O questionamento científico, a busca por novos conceitos, métodos e metodologias foram, sem dúvida, um marco na minha carreira”, comenta o cientista sobre o período.

Wendell Coltro reforça ainda o impacto de ter trabalhado com pesquisadores de excelência ao longo de sua carreira e homenageia o professor Carrilho: “Meu orientador foi uma das pessoas mais importantes na minha formação e um dos responsáveis pelo desenvolvimento crítico e intelectual, que me acompanha até os dias de hoje”.

Como pesquisador, o Acadêmico atua no campo da microfluídica, que envolve o movimento de uma pequena quantidade de fluído em canais definidos, com dimensões micrométricas. Seu grupo de pesquisa tem desenvolvido, ao longo dos anos, sistemas microfluídicos em materiais de baixo custo, como o papel e a transparência de retroprojeção.

Com os filtros de transparência, por exemplo, o grupo já construiu protótipos para o diagnóstico da dengue e testes rápidos para glicose, colesterol, proteínas e triglicérides. E, utilizando diferentes fluídos biológicos como a lágrima, saliva, suor e urina, fabricaram dispositivos com papel que permitem a análise de marcadores de forma menos invasiva, se comparada à coleta de sangue.

Trabalhando para o avanço na área de diagnósticos clínicos, Wendell Coltro aproveita a oportunidade de proporcionar a sociedade uma expectativa de vida melhor. Como membro afiliado da ABC, ele quer contribuir mais ainda, promovendo a interação entre pesquisadores brasileiros e internacionais, em prol do desenvolvimento científico com foco em temas relevantes para a sociedade.