Debates e propostas sobre como levantar recursos alternativos para apoiar pesquisas, quando o Estado corta o financiamento – e como lidar com essa situação.

Reflexões sobre a necessidade de interagir com a sociedade, mostrando o que é feito nos laboratórios com dinheiro público e como essa produção científica impacta no cotidiano dessa população que paga os impostos.

Discussões sobre as dificuldades que o pesquisador tem para comunicar-se com diferentes públicos, prioridade absoluta num país em que os jovens não sabem dizer o nome de um cientista.

Entre os dias 24 e 26 de junho, mais de 60 membros afiliados da ABC, jovens cientistas com menos de 40 anos que são líderes de pesquisas em suas áreas, saíram da zona de conforto. No 4º Encontro Nacional de Membros Afiliados, fizeram exercícios de comunicação com especialistas em mídia impressa. Conheceram e experimentaram a produção de podcasts. Exercitaram a expressão corporal e verbal como ferramentas de divulgação científica. Descreveram suas pesquisas em até 280 caracteres para o Twitter (#MinhaCienciaEmUmTweet). Entenderam elementos de design gráfico que valorizam as apresentações audiovisuais e facilitam a compreensão do conteúdo. Vivenciaram aventuras que aproximam o público da ciência e das questões históricas e sociais envolvidas na sua produção.

Os afiliados refletiram, enfim, sobre a dimensão humana da comunicação, buscando colocar-se no lugar do outro, entender quem é este outro para quem sua mensagem é dirigida. E a linguagem dos cientistas precisa se adequar a cada público alvo, se de fato consideram prioritário divulgar a ciência que fazem.

As sessões sobre alternativas ao financiamento público, que está sendo submetido a violentos cortes já há algum tempo, tiveram nomes de referência no cenário do apoio à inovação compartilhando suas experiências e perspectivas. Abrindo a oportunidade de interlocução, conduziram rodas de conversa com os membros afiliados da ABC.

Na abertura, o Secretário de Ciência do Ceará, Inácio Nunes Arruda, lembrou que o Brasil já passou por tempos mais difíceis do que os de hoje e os pesquisadores e cientistas do país não perderam a capacidade de trabalho, e mesmo nas situações mais adversas devem continuar defendendo as necessidades do país. “Não existe país independente e soberano que largue a tecnologia, a ciência e a inovação”, ele declarou.

A afiliada Carolina Horta reforçou que não há outro caminho para o Brasil atingir sua soberania e riqueza, sem investimento em ciência e tecnologia. Ela convocou os cientistas a mostrarem que o investimento massivo em ciência, tecnologia e inovação é essencial para o país crescer, e defendeu: “Sem comunicação em ciência nunca vamos conseguir mostrar pra população o valor do que fazemos”.

Inserção internacional dos jovens cientistas

Representante da Global Young Academy (GYA), a bioquímica Sandra López Vergès incentivou os afiliados a participarem ativamente no aconselhamento político, na comunicação e divulgação científica e se associar a redes regionais e globais, a fim de melhorar a capacidade de jovens cientistas e young academies. A GYA capacita jovens pesquisadores para liderar o diálogo internacional, interdisciplinar e intergeracional, com o objetivo de tornar a tomada de decisão global inclusiva e baseada em evidências, Sandra ressaltou o potencial dos cientistas para atuar como intermediários confiáveis entre a comunidade de pesquisa e os formuladores de políticas.

Confira as matérias sobre as atividades do #4ENMA:

Falta de financiamento público: como reagir?

#4ENMA: estratégias de sobrevivência na ciência

Aproximando cientistas e jornalistas para a divulgação científica

A arte como instrumentalização da ciência

Como acessar a dimensão humana na divulgação científica

Educação museal e comunicação em ciências para a equidade de gêneros

Avaliação do #4ENMA

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E leia a repercussão em outras mídias:

Fortaleza sedia 4º Encontro Nacional de Membros Afiliados da ABC (4º ENMA)

4º ENMA discute investimentos públicos na Ciência

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