Confira a seguir o artigo publicado pelo Acadêmico Jefferson Simões no jornal Zero Hora, em 19 de junho:

Vivemos em um período de rápidas mudanças científicas e tecnológicas, junto com uma crise ambiental planetária, ambas levando a uma intensa modificação na economia mundial. Assim, não é de admirar que tantos países desenvolvidos e emergentes invistam massivamente em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) para atualizar seu modelo econômico e aumentar sua produtividade.

E tal investimento não tem sido parado mesmo durante crises econômicas nacionais, no entendimento de que uma recuperação plena, contínua e sustentável só será viável com melhora educacional e investimento em pesquisas de C&T. Entre os emergentes, China e Índia são exemplos, tanto no investimento em educação (em todos níveis) quanto no aumento de seu protagonismo nos organismos internacionais para ciência e educação.

Infelizmente, desde 2013, o Brasil escolheu o caminho oposto, cortando substancialmente o investimento nessas áreas, inclusive contingenciando já por vários anos uma das principais fontes de recursos das agências nacionais de fomento de CT&I (ou seja, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT).

Assim, foi com extrema satisfação que soubemos que a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado aprovou neste mês o texto de autoria do senador Lasier Martins (Podemos-RS), que destina 20% dos rendimentos do Fundo Social (formado por recursos recebidos pelo governo a partir da exploração do petróleo da camada pré-sal) para pesquisa e desenvolvimento científico. Esperamos que o projeto seja agora aprovado na Câmara dos Deputados, para o que o apoio da bancada gaúcha é essencial. Tal ação beneficiará em particular um Estado que, se por um lado tem algumas da melhores universidade do país, por outro lado cada vez mais causa a emigração dos seus melhores profissionais na área de C&T.