O Prêmio Péter Murányi é oferecido anualmente pela Fundação Péter Murányi, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Os temas são revisitados a cada quatro anos. A 18ª edição do prêmio, em 2019, tem como tema Ciência e Tecnologia.

Para esta edição, a Fundação Péter Murányi recebeu mais de 149 trabalhos, oriundos de toda a América Latina. O vencedor será escolhido por um júri composto por representantes de entidades nacionais e internacionais ligadas à ciência e tecnologia, representantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades de renome e membros da sociedade. Este ano, a premiação distribuirá R$ 250 mil, sendo R$ 200 mil para o primeiro colocado, R$ 30 mil para o segundo e R$ 20 mil entregues ao terceiro colocado. O vencedor será conhecido em 5 de fevereiro.

Os trabalhos avaliados têm como ponto em comum o uso da tecnologia para melhoria da qualidade da vida das populações. Pensando na solução de problemas comuns nas esferas da agronomia, saúde e perdas provocadas por eventos climáticos extremos, pesquisadores brasileiros investiram na elaboração de projetos inovadores e com aplicação prática imediata, capazes de modificar o cotidiano das populações onde foram implementados.

Dentre os três trabalhos selecionados para a votação final, um deles é coordenado pelo Acadêmico João Batista Calixto. Ele desenvolveu um medicamento de uso tópico, comercializado desde 2004, utilizando como princípio ativo a Cordia verbenacea (erva baleeira), típica da biodiversidade brasileira, com excelente ação anti-inflamatória e analgésica, sendo o produto mais prescrito na sua categoria.

Coordenado por Luiz Augusto Machado e Eduardo Guarino, o segundo projeto é um aplicativo denominado “SOS Chuva” e foi criado para reduzir a vulnerabilidade de moradores de diversas regiões do país a eventos climáticos extremos. Integrado a estações meteorológicas de todo o Brasil, o serviço oferece monitoramento do clima em tempo real, permitindo a visualização de imagens de satélite e de radares, além de possibilitar que os usuários compartilhem informações sobre o clima em suas regiões e oferecer informações sobre procedimentos durante enchentes.

O terceiro finalista trouxe os resultados de um programa de melhoramento genético de aveia, permitindo o cultivo desse cereal em áreas do sul do Brasil e o uso de sementes produzidas em território nacional. Coordenado pelos professores Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Teixeira Pacheco, o projeto reduziu os custos destes cultivos, ampliou a produção e possibilitou o surgimento de novos negócios. Como resultado, a iniciativa permitiu que o país deixasse de importar sementes de aveia, elevando sua produção anual para 837.500 toneladas em 2018 e resultando no surgimento de pequenas empresas processadoras dos grãos na região sul.

A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo), ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).