Kirimurê foi formada pela atividade tectônica, quando da separação entre a América do Sul e a África, ocupando uma área delimitada pelas falhas geológicas de Salvador e de Maragojipe. Foi habitada, especialmente, pelos Tupinambás sendo rebatizada em 01 de novembro de 1501 quando a expedição Portuguesa comandada por Gaspar Lemos e que tinha Américo Vespúcio como piloto cruzou, pela primeira vez, a entrada de Kirimurê e a denominou Baia de Todos os Santos (BTS), em homenagem ao “santo do dia”.
Em 29 de março de 1549, Tomé de Souza desembarca no Porto da Barra com a missão de fundar a cidade de São Salvador, Capital da Bahia e Capital do Brasil (1549 – 1763). O Brasil e o seu desenvolvimento social e econômico começam na Baia e na Bahia. Como resultado deste desenvolvimento, hoje o entorno da BTS compreende uma área urbana, com mais de 3 milhões de habitantes e uma extensa zona industrial que inclui o maior polo petroquímico do hemisfério sul.
Com o objetivo de conhecer, gerar conhecimento e propor politicas publicas adequadas, foi elaborado um projeto para o estudo concertado e continuado da BTS, financiado pela Fapesb, que tem por objetivo o estudo multi e interdisciplinar da Baia de Todos os Santos. O Projeto foi concebido para durar 30 anos (2008-2030) compreendendo seis “ondas” de cinco anos cada. Neste ano, 2018, encerra-se a segunda onda. Nestes dez anos, a geração de conhecimento cientifico conviveu harmonicamente com a arte, a cultura, a história, a educação e a divulgação cientifica produzindo vários artigos cientificos originais, livros, catilhas, videos, etc, com foco na BTS e na sua população (www.btsinstitutokirimure.ufba.br).
Neste mês de novembro, inicia-se a terceira onda 2018-2022 com o apoio do MCTIC e do CNPq (Pesquisando Kirimurê: Convergindo Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação), que dará sequência aos estudos em andamento e certamente terá o mesmo sucesso das duas ondas anteriores. Parabéns Baia de Todos os Santos e rumo a 2030!
Jailson Bittencourt de Andrade é Professor de Química e Presidente da Academia de Ciências da Bahia.