“Eu quero ter um milhão de visitantes por ano. Não é para ter caixa, mas para melhorar a comunicação com a sociedade. Para isso, vamos nos atualizar. E vamos conseguir”, disse o diretor-geral do Museu Nacional, Alexander Wilhelm Armin Kellner, na sessão especial em homenagem aos 200 anos do Museu, realizada durante a 70ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceu entre 23 e 28 de julho, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió. A instituição tem hoje incríveis 20 milhões de itens em seu acervo.

Em sua apresentação, Kellner falou sobre os planos do primeiro museu instalado no Brasil para atrair mais visitantes. Um deles é construir prédios em um terreno que fica entre o Maracanã e a Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, para transferir a administração e liberar um andar inteiro do Palácio Real para as visitações. Por ser tombado, o edifício histórico não pode ser ampliado. “Essa manobra vai nos proporcionar abrir áreas históricas desse palácio para visitação e fazer com que o museu receba o público em grande estilo”, explicou. Entre as novas áreas que serão priorizadas, estão a sala do trono e a sala do imperador, que necessita de um reparo no telhado. Ele disse ainda que já existe uma negociação com a União para a cessão da área que foi usada como estacionamento para as Olimpíadas e a Copa e que hoje estaria sendo usado como depósito de lixo e estacionamento irregular. “É um enorme desafio, mas vamos conseguir”, afirma.

Kellner explicou ainda que o Museu Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram em junho um contrato que prevê investimento de R$ 21,7 milhões para o plano de revitalização do prédio histórico, seu acervo e espaços de exposição.

O diretor do museu disse que para avaliar o interesse das pessoas pelo Museu, lançou uma campanha de financiamento coletivo para restaurar a sala dos dinossauros. “E deu certo. Tivemos 470 benfeitores e recebemos R$ 58,3 mil em menos de um mês. Foi a população ajudando aquele local que é de todos”, comemorou. Kellner, que é paleontólogo, explicou que a sala tinha sido fechada devido a um ataque de cupins na base de sustentação.

Outro trunfo para atrair mais visitantes é melhorar a comunicação. “Quando as pessoas vão ao museu, eles querem ter boas experiências e buscam algo novo. Por isso, temos de proporcionar essa sensação, com exposições itinerantes, o que faz com que elas queiram voltar mais vezes”, disse.

Kellner acredita que ele está no caminho certo, uma vez que “um museu que não consegue dialogar com a sociedade está condenado à extinção. E visitar o Museu Nacional é revisitar a história do Brasil”, finaliza.