O primeiro vídeo da série, lançado no dia 4 de maio, apresenta o trabalho de Johanna Döbereiner, célebre engenheira agrônoma que foi pioneira nos estudos do solo no Brasil. Suas pesquisas sobre bactérias fixadoras de nitrogênio foram cruciais para que o Brasil se tornasse o segundo maior produtor de soja em âmbito mundial. De forma lúdica e didática, o curta narra os trabalhos de Johanna e explica como e porque eles trazem até hoje tantos impactos positivos na política e economia do país.
A contribuição de Johanna para a ciência mundial foi imprescindível e notável, mas não foi a única. Assim como ela, centenas de outros importantes cientistas brasileiros geraram, a partir de suas pesquisas, enormes mudanças na realidade econômica do país. Já é hora de representantes políticos e a sociedade em geral tomarem consciência dos benefícios do fazer científico para que, então, a ciência se torne a ferramenta para construir o futuro que se quer para o Brasil.
Assista o vídeo e conte-nos o que achou.
Sobre o projeto
O Projeto Ciência Gera Desenvolvimento, criado pela Academia Brasileira de Ciências em 2017, prevê a criação e veiculação de uma série de vídeos curtos, dinâmicos e cheios de informação que mostram, com exemplos reais, como a ciência pode ser traduzida em benefícios palpáveis para todo um país. Seu maior objetivo é, acima de tudo, conscientizar a população em geral sobre o valor – sobretudo financeiro – que o investimento em produção científica pode oferecer à toda a sociedade.
Da agricultura às viagens espaciais, a ciência está em toda parte. Sua presença, no entanto, é frequentemente despercebida e sua relevância, menosprezada. Nesse sentido, a divulgação científica ainda é uma das ferramentas mais importantes quando o assunto é conscientizar a população sobre a importância da ciência em geral e, sobretudo, sobre o seu impacto no desenvolvimento econômico do país.
Para vislumbrar o futuro, entretanto, é necessário analisar o passado, e quando se trata da história da ciência brasileira, ele é brilhante. Apesar do financiamento sempre inconsistente e precário, os cientistas brasileiros foram responsáveis por contribuições inestimáveis à ciência mundial: foram responsáveis pela invenção do soro antiofídico polivalente; traçaram o ciclo completo de uma doença pela primeira vez, a Doença de Chagas; participaram da descoberta da partícula méson pi; descobriram um potente vasodilatador usado até os dias de hoje no tratamento da hipertensão, a bradicinina; realizaram o primeiro transplante de coração da América Latina e foram os primeiros a identificar o Aedes aegypti como transmissor da febre amarela, também na América Latina.
Apesar de grandes conquistas no passado, hoje, mais do que nunca, a prática da divulgação científica tem um papel crucial no destino da ciência no país. A criação de políticas públicas que protejam os investimentos nessa área só vai ser realidade uma vez que cidadãos e representantes políticos reconheçam o que a comunidade científica enfatiza há muito tempo: ciência gera desenvolvimento.
A Academia Brasileira de Ciências entende que, sendo uma das mais antigas entidades científicas do país, é seu dever se posicionar frente ao sucateamento que a ciência brasileira vem sofrendo com os cortes orçamentários. Apesar de terem sido aprovados em 2017, estes cortes prejudicarão gravemente o futuro da ciência brasileira nos próximos anos. Dentre as principais atividades da Academia está o Projeto de Ciência para o Brasil, iniciativa que reúne grandes cientistas brasileiros para formular políticas públicas pautadas em desenvolvimento científico. Além disso, a ABC promove regularmente simpósios, eventos e elabora publicações com o intuito de estabelecer um diálogo entre a comunidade científica e a sociedade.