O Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) promove nesta semana a 7ª edição do International School on Production of Biologicals. O evento reúne, desde segunda-feira (31/07) no Rio de Janeiro, especialistas de vários países para debater os avanços e desafios nas pesquisas e produção de biofármacos e vacinas. O encontro acontece até sexta-feira, 4 de agosto, no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2 (CT2), que fica na Av. Moniz Aragão, 360, Cidade Universitária, Ilha do Fundão.
Ex-membro afiliado da ABC, Leda Castilho é uma das organizadoras do seminário. No primeiro dia do evento, os pesquisadores convidados debateram os fundamentos de produtos biotecnológicos para a saúde. Na terça-feira, (1/08), foi a vez de se discutir os avanços nas tecnologias de produção. Na quarta-feira (2/08), a pesquisa e produção dos biofármacos será o tema de debate. A quinta-feira (3/08) será dedicada às novas vacinas. Para fechar o encontro, o seminário contará com discussões sobre outros produtos biológicos e os aspectos regulatórios. As palestras são proferidas sempre das 9h30 às 17h e seguidas pela apresentação de estudos de caso, das 17h às 19h.
Com cerca de 200 participantes, o evento conta com a presença de renomados cientistas como Barney Graham, vice-diretor do Vaccine Research Center do National Institutes of Healh (NIH), dos EUA, que desenvolveu uma vacina para Zika, já em fase 2 de testes clínicos em seres humanos; Manuel Carrondo, professor do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), de Portugal, que atualmente desenvolve uma vacina universal para o combate ao Vírus Influenza (gripe); Ernesto Chico, do Centro de Imunologia Molecular (CIM) de Cuba, que desenvolve e produz em escala industrial biofármacos e vacinas para câncer e outras doenças, vendidos em vários países do mundo; Brandon Dekosky, pesquisador do Kansas Vaccine Center, dos EUA, que inventou uma tecnologia de alto rendimento (high throughput) para analisar cada célula produtora de anticorpos do sistema imune, permitindo a descoberta de novas vacinas e de potentes anticorpos.
Com seis edições, o seminário promovido pela Coppe já reuniu cerca de 800 pesquisadores de todos os continentes. Confira a programação completa em:
http://www.peq.coppe.ufrj.br/biopharma/programme.html
Sobre biofármacos e vacinas
Produzidos apenas por um pequeno número de países, os biofármacos respondem por vendas estimadas em US$ 220 bilhões em 2017, representando cerca de 20% das vendas da indústria farmacêutica mundial. Os produtos biológicos são, em alguns casos, uma alternativa moderna aos medicamentos convencionais produzidos por síntese de substâncias químicas. Em outras situações, eles são a única terapia disponível.
O governo brasileiro gasta cerca de R$ 8 bilhões por ano com a compra de medicamentos biológicos, que são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e cujos princípios ativos são todos importados. Devido à sua complexidade e alto custo, os medicamentos biológicos representam apenas 4% da quantidade de remédios distribuídos pelo SUS, porém consomem 51% do orçamento do Ministério da Saúde gasto com medicamentos.
Sobre a coordenadora do evento
A professora Leda Castilho coordena o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc) da Coppe/UFRJ. Há mais de uma década, este laboratório vem desenvolvendo projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o estabelecimento de tecnologias voltadas para a produção de biofármacos, anticorpos monoclonais, terapias celulares e vacinas. Exemplos de trabalhos do Lecc compreendem novas vacinas para os vírus Zika e da Febre Amarela, assim como biofármacos para doença de Gaucher e Hemofilia. Leda está de volta à Coppe, após ter passado um ano de estágio de pesquisas no Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), Maryland (EUA), trabalhando no desenvolvimento de uma vacina a base de DNA contra o vírus Zika.