jonatas-250.jpg Professor adjunto do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jônatas Santos Abrahão lidera o Grupo de Estudo e Prospecção de Vírus Gigantes (GEP VIG), primeiro grupo a isolar e caracterizar amostras de vírus gigantes no Brasil. O primeiro desses foi denominado Sambavirus.
“Há dois anos isolamos o maior vírus do mundo, denominado Tupanvirus. Nossa pesquisa busca entender a diversidade e distribuição deste vírus nos biomas brasileiros. Também buscamos fatores genéticos virais de interesse biotecnológico”, explica Jônatas.
O interesse pela virologia surgiu durante a graduação em biologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2006, quando conheceu a professora Erna Kroon. “Me lembro com entusiasmo da disciplina de virologia ministrada por ela na graduação”, diz Jônatas. Sua influência intelectual o levou à iniciação científica no Laboratório de Vírus.
O mestrado e o doutorado na UFMG foram consequências naturais na vida do pesquisador. “Sempre fui muito objetivo. Minhas escolhas foram norteadas pelo necessidade de ajudar minha família. Descobri que fazer ciência era uma maneira de aprender continuamente e de construir uma carreira mais estimulante dentro do universo do ensino”, conta o pesquisador, que defendeu o doutorado em 2010 e ingressou na UFMG como professor adjunto de microbiologia em 2011. Fez ainda estágios de pós-doutorado: um na própria UFMG e outro como pesquisador visitante na Universidade Aix-Marselha, na França.
Segundo Abrahão, a graduação em biologia foi e continua sendo a base de todos os conceitos que ele aplica hoje em seus projetos. “Minha inspiração e criatividade vêm da observação de organismos e paisagens fora da virologia. O mestrado e doutorado representaram a solidificação e aprofundamento de conceitos de microbiologia. Mas o que mais aprendi durante a pós-graduação foi como funciona a ciência, em suas esferas acadêmica, institucional e política”, afirma ele.
Apaixonado pela natureza, praticante de trekking, adepto do camping, fã de Pink Floyd e de livros de antropologia, o Acadêmico leva uma vida simples, na companhia da esposa Iara e do cachorro, Getúlio. “É uma honra esse convite da ABC. Nunca havia imaginado que um dia receberia este título. Pretendo atuar junto a Academia auxiliando na divulgação da ciência, sobretudo da virologia”, completa Abrahão.