Quem conheceu Daniel José Galafasse Lahr na infância talvez nunca dissesse que o menino que gostava de jogar bola e não dava muita atenção aos estudos se tornaria, um dia, cientista. Daniel conta que na escola, embora não fosse muito dado aos estudos, se entendia melhor com as matérias de ciências e humanidades e não se dava muito bem com as exatas.
Nascido em Jundiaí, no interior de São Paulo, passou uma infância tranquila, típica de criança que cresceu no interior. Filho de um bancário e de uma funcionária pública, era o mais velho dos filhos, tendo uma irmã mais nova.
O interesse na ciência, no entanto, já aparecia. Da enciclopédia científica que tinha em casa tirava boa parte de suas leituras e foi na literatura que encontrou os principais nomes da ciência que lhe serviram de inspiração. Ainda assim, o processo de escolha da carreira, quando chegou a hora, não foi simples. Daniel se dividia entre três áreas: biologia, física e filosofia. Apesar da dúvida entre campos muito diferentes entre si, foi a biologia que o ganhou. O desempate foi tirado em uma visita ao USP profissões, onde teve a oportunidade de conhecer o Instituto de Biologia e ter certeza: era ali que faria sua graduação.
Ainda dentro da própria faculdade despertou o interesse pela pesquisa. Se inseriu em um projeto de iniciação científica em produção de material didático. ” Ao descobrir quantas coisas ainda existiam para serem pesquisadas, entendi que este era um excelente caminho profissional”, conta Lahr. Na USP, foi orientado pela professora Sônia Lopes e, em seu doutorado, na universidade de Massachusets, pela professora Laura Katz. “São grandes cientistas, que representaram influência tanto científica quanto pessoal para mim”, explica ele.
A pesquisa de Lahr trata do estudo dos organismos eucariontes, em específico, a evolução da linhagem desses organismos. Os eucariontes abrangem todos os organismos que tem núcleo, incluindo seres humanos, animais e fungos. Ele estuda especialmente os unicelulares, e busca descobrir todo o histórico evolutivo destas criaturas na Terra. Essa linha de pesquisa, embora trate de um aspecto essencial da evolução da vida na terra, conta com poucos cientistas perseguindo o tema. “Isso faz com seja uma grande satisfação para mim fazer parte de um grupo de pessoas que está dedicado a entender a história profunda da vida no planeta”, comenta.
Para Lahrs, o título de membro afiliado para período de 2016-2020 representa uma grande satisfação. “A afiliação à ABC vai permitir que eu promova a ciência de maneira mais contundente no país.” Ciência esta que, para ele, tem uma enorme importância: “A ciência permite compreender o mundo em que vivemos, como funciona e como se deu sua história”.