Diante do descarte inadequado de resíduos derivados dos segmentos da indústria e da mineração, e do uso excessivo de agrotóxicos na agricultura, a química Elisama Vieira dos Santos decidiu dedicar-se ao estudo de tecnologias sustentáveis para corrigir problemas ambientais. Visando descontaminar solos e águas afetados pelo acúmulo de pesticidas e metais pesados, a pesquisadora investe na tecnologia eletroquímica, que faz uso de energia elétrica e pode tornar o processo mais econômico, se acoplada a energias renováveis como solar e eólica. “Buscamos desenvolver uma tecnologia que possa sair do laboratório e ser empregada em larga escala com baixo custo”, destaca ela.
A sustentabilidade é uma questão presente nos trabalhos de Elisama desde sua graduação, quando a cientista começou a se aprofundar nesta linha de pesquisa devido ao caso da cidade de Natal (RN), que sofre com a contaminação de nitrato na água. No projeto atual, o objetivo é diminuir a toxidade do solo e dos lençóis freáticos, diminuindo a concentração dos poluentes e, consequentemente, ampliando a fertilidade. “Este prêmio indica que estamos no caminho certo e fornece mais “oxigênio” para continuarmos avançando”, comenta.
Elisama tem 29 anos, é graduada em Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde também cursou bacharelado, mestrado (Eletroquímica e Química Ambiental Aplicada) e doutorado (Química), sendo parte deste desenvolvido na Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha). Atualmente, é professora da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN.