Entre os dias 5 e 8 de outubro, foi realizado no Panamá a reunião anual da Rede Internacional de Academias e Sociedades Científicas pelos Direitos Humanos. O encontro debateu formas de intervenção em casos de limitações ou punições a cientistas, como perda de cargos e até mesmo prisões, por terem manifestado posições políticas. Representando a Academia brasileira, esteve na reunião Belita Koiller, professora titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF-UFRJ) e membro do Comitê Executivo da Rede.

Na reunião deste ano, que teve a participação de em torno de 80 academias do mundo todo, foram comemorados êxitos em intervenções desde a última reunião, realizada em 2014 e se discutiram muitos casos recentes, entre eles, o do físico franco-argelino Adlène Hicheur, professor visitante do IF-UFRJ, deportado pouo antes da Olímpiadas Rio 2016 por suspeitas de envolvimento com grupos extremistas islâmicos. “A presença do professor Edouard Brézin, representante da França, permitiu uma conexão com o Brasil e relatos de uma possível ação conjunta entre os dois países envolvidos neste episódio que apresenta indícios de tratar-se de uma violação de direitos humanos”, disse a professora Belita em relatório divulgado após a reunião.

No mesmo documento, a Acadêmica também relatou ter participado mais diretamente das sessões voltadas para a América do Sul. Uma realizada no dia 6 de outubro, restrita aos membros da Rede, e outra (“mais motivadora”, segundo Belita) aos estudantes da Universidade do Panamá. “Coordenei ambas as seções, onde houve apresentações sobre a situação preocupante de desrespeito aos direitos humanos pelos governos da Venezuela e Guatemala”, disse a pesquisadora.