Claudio Schneider, Aroldo Misi, Onildo Marini e Roberto DallAgnol

Na terça-feira, 11/10, a ABC promoveu o pré-lançamento da publicação “Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios”. O evento aconteceu em Porto Alegre, durante o 48º Congresso Brasileiro de Geologia (CBG), e contou com a participação de autores e organizadores do projeto, desenvolvido com o apoio da Vale, empresa que é membro institucional da Academia. Com uma boa presença de público, composto majoritariamente por estudantes e pesquisadores, o pré-lançamento ocorreu em um espaço denominado Geo Theater, localizado no centro da Expogeo (a feira de exposições do CBG), realizada no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

O Acadêmico Roberto DallAgnol, vice-presidente da Regional Norte, pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Tecnológico Vale (ITV), foi o responsável pela coordenação do painel científico e apresentou a parceria ABC-Vale, ressaltando a importância da iniciativa para as duas instituições. Em seguida, Onildo Marini, diretor executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb), destacou que o Brasil possui elevado potencial mineral, caracterizado, principalmente, por seus bons e variados ambientes geológico-metalogenéticos. Por outro lado, Marini observou que o baixo conhecimento geológico das províncias minerais brasileiras, os elevados custos envolvidos na produção e a situação ainda pendente do novo marco regulatório da mineração são gargalos que dificultam que o Brasil se torne uma potência mineral do nível de Canadá e Austrália, países com destacada atuação internacional.

Dando prosseguimento ao painel, o Acadêmico Aroldo Misi, da UFBA e um dos organizadores do projeto (os demais são Adolpho José Melfi, Diogenes de Almeida Campos e Umberto Cordani), em sua primeira intervenção, discorreu acerca da exploração mineral no Brasil, apresentando o capítulo de mesmo nome que consta na publicação. Neste sentido, Misi tratou da importância do uso de modelos de depósitos e sistemas minerais e fez uma análise sobre métodos como o sensoriamento remoto, as prospecções geofísica e geoquímica, e a integração de dados no Brasil. Ressaltou, também, que, embora o território brasileiro esteja entre aqueles de maior potencialidade mineral, poucas descobertas de grande vulto ocorreram nos últimos 30 anos, o que se deve, em sua opinião, à pouca interação entre universidades, instituições de pesquisa e empresas, ao contrário do que acontece nos já mencionados Austrália e Canadá, além dos EUA.

O pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) Claudio Schneider, co-autor do artigo sobre “Beneficiamento de Minérios”, abordou a tecnologia mineral. Ele apresentou as tendências tecnológicas e os desafios de inovação em temáticas complexas como metalurgia extrativa e água, energia, sustentabilidade na mineração.O Cetem, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), teve importante participação neste capítulo com textos de diversos de seus pesquisadores.

Por fim, o Acadêmico Aroldo Misi, nas considerações finais, destacou que a publicação “Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios” conta com 34 artigos de 66 especialistas de todo o país que analisam o atual cenário, os méritos e os gargalos inerentes ao setor mineral brasileiro. O Acadêmico Umberto Cordani, por sua vez, recordou que este trabalho representa a continuidade das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Estudos sobre Recursos Minerais e tem como origem o simpósio “Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios”, realizado em agosto de 2013 e que reuniu destacados pesquisadores, representantes do governo, de empresas e de associações da área.

O lançamento oficial do livro “Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios” acontecerá no dia 18/10, às 18h, durante o World Mining Congress, a ser realizado no Centro de Convenções SulAmérica (Av. Paulo de Frontin, 1 – Cidade Nova, Rio de Janeiro). A inscrição para a feira de exposições do evento é gratuita, deve ser feita no próprio local e permite participação no painel científico de lançamento da publicação.