O Acadêmico Jefferson Cardia Simões foi eleito vice-presidente do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica do Conselho Internacional para Ciência (SCAR/ICSU). A posse foi no dia 30 de agosto e o mandato tem duração de quatro anos.

Nascido em Porto Alegre (RS) em 4 de agosto de 1958, Simões é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), instituição onde se graduou em geologia e se especializou em geologia marinha. Lá, leciona as disciplinas de Geografia Polar e Glaciologia, esta segunda, área na qual se foi pioneiro no Brasil, especializando-se em seu doutorado, realizado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Atualmente, a UFRGS lidera a pesquisa sobre gelo e neve no Brasil e conta com o Centro Polar e Climático, criado por Simões.

Pesquisador do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Simões é também delegado nacional no SCAR/ICSU desde 1996.

SCAR/ICSU

O Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (SCAR) é um órgão interdisciplinar do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), responsável por iniciar, desenvolver e coordenar a investigação científica internacional de alta qualidade na região Antártica, inclusive o Oceano Antártico. Até o momento, 31 países têm direito a voto nas decisões tanto científicas como para os cargos do Comitê Executivo, composto pelo presidente e por mais quatro vice-presidentes. Este ano foram eleitos dois vices, além do presidente.

Simões ingressou no SCAR em 1992 como representante nacional em comitê científico, função que desempenhou até 2002, por algum tempo aglutinando também a função de delegado, cargo o qual continuará ocupando mesmo após o fim de seu mandato como vice-presidente.

Em 2014, Simões manifestou seu desejo de se candidatar à vice-presidência. “Almejava este cargo pela representatividade na carreira científica, mas principalmente pelo que o SCAR tem dentro do Sistema do Tratado Antártico”, disse o professor em entrevista por e-mail. O Sistema do Tratado Antártico é um conjunto de acordos internacionais envolvendo o Continente Antártico.

Sobre o seu mandato, o pesquisador afirma que pretende dar atenção à regionalização da ciência antártica, com especial atenção à América do Sul, levando esse ramo da pesquisa para várias regiões da Terra, avaliando as relação da Antártica com esse ambientes.

No Brasil, afirma que manterá o esforço para a implementação do Plano de Ação: Ciência Antártica para o Brasil, elaborada por demanda do então Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação em 2012 para o período 2013-2022. “Infelizmente, devido à crise econômica, este programa está atrasado e teremos que fazer um esforço político para termos recursos financeiros e avançarmos no programa científico do Programa Antártico Brasileiro”, diz Simões.