Com o objetivo de oferecer ao público o acesso ao seu arquivo literário, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) cedeu, em regime de comodato, seu acervo de obras científicas à biblioteca Henrique Morize, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) do Observatório Nacional. O espaço foi inaugurado no dia 23 de novembro, em cerimônia com a presença do ministro de Ciência, Tecnologia & Inovação (MCTI), Celso Pansera, e do presidente da ABC, Jacob Palis.
O acordo entre as duas instituições possibilitou o projeto de construção do novo prédio, que durou seis anos e contou com investimento de R$ 3 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e com a instalação do sistema de refrigeração pelo MCTI. A biblioteca, que abriga o acervo bibliográfico e multimídia do Mast, possui três pavimentos e soma 1200 m² de área, mais do que dez vezes o tamanho da antiga biblioteca, de 105 m², que abrigava uma coleção com 15 mil volumes. Agora, com a parceria da ABC, este número sobe para 30 mil.
Além do acervo bibliográfico e multimídia organizado no subsolo do prédio, a Biblioteca Henrique Morize possui espaços de consulta no segundo pavimento e salas de aula no terceiro.
Henrique Morize
A escolha do nome de Morize para batizar a nova biblioteca tem valor simbólico, não só pelo papel relevante do astrônomo na história da pesquisa científica no Brasil, mas também por ele ter sido presidente da Academia Brasileira de Ciências entre 1916 e 1926, durante o período em que dirigiu o Observatório Nacional – antigo “Imperial Observatório”, hoje instituição que abriga o Museu de Astronomia e Ciências Afins -, entre 1909 e 1929.
Responsável pela construção e transferência do Observatório à sua sede atual, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 1922, Henrique Morize foi o primeiro a doar sua biblioteca pessoal à entidade. “Ele representa a própria identidade da nossa instituição”, definiu a diretora Heloisa Bertol Domingues.