Faleceu na quarta-feira, 7 de outubro, o farmacêutico Angelo da Cunha Pinto, professor titular do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Nascido na cidade de Marco de Canaveses, no distrito do Porto, em Portugal, Angelo Pinto veio para o Brasil em 1951 aos 2 anos de idade e se instalou em Niterói, cidade onde ele vivia atualmente.
Durante a infância, os livros tornaram-se o seu álibi para fugir das obrigações no comércio dos pais.
Formou-se em farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1971, “satisfazendo pela metade o desejo dos pais de ter um filho médico”, conforme afirmou em uma entrevista concedida ao Portal dos Fármacos do CCS/UFRJ.
Ingressou no Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ) logo depois de se graduar, deixando de lado o curso de teatro que frequentou durante a faculdade. Concluiu o mestrado em 1974 e entrou para o Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da UFRJ, realizando o sonho de ser professor universitário. Em 1985 conquistou o título de doutor na mesma universidade.
Realizou pesquisas na área da química orgânica e, em julho de 2004, foi condecorado com o título de Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Presidente da República.
Em sua autobiografia escrita após ingressar na ABC, em 1997, concluiu sua carta de apresentação com uma homenagem à esposa e aos filhos: “Este resumo biográfico termina com a constelação MMM – Maria, Mariana e Manuel e a certeza de que com eles a vida é ótima e mais fácil, pena que seja uma só. Se outras houvesse, a opção seria estudar química, o relicário que esconde o segredo da vida”.
O presidente da ABC, Jacob Palis, comentou a importância de Angelo da Cunha Pinto para a ciência brasileira: “Com sua esposa, Maria Vargas, formava um casal de notáveis químicos, sempre a serviço de sua Academia Brasileira de Ciências e de nosso País”.
A ABC lamenta a perda do grande cientista e educador e cumprimenta sua família, em especial sua esposa, a Acadêmica Maria Vargas.