Em sua 12ª edição, o Prêmio Faz Diferença, uma iniciativa do jornal O Globo, homenageou os brasileiros que protagonizaram acontecimentos emblemáticos ao longo do ano, contribuindo, com o seu trabalho e o seu talento, a tornar o país e o mundo melhores.
Os leitores foram convidados a participar, indicando, com o seu voto, os que mais se sobressaíram em 2014 em cada categoria.
A exemplo das versões anteriores, jornalistas de cada uma das editorias do Globo indicaram as três pessoas, empresas ou instituições que mais se destacaram nas páginas do jornal este ano, pela atuação em suas áreas, ajudando a escrever a História do país e protagonizando fatos importantes.
O vencedor na categoria Sociedade/Ciência e Saúde foi o Acadêmico Artur Avila – ganhador da Medalha Fields em 2014 – que concorreu com Paulo Reis – brasileiro do Médicos Sem Fronteiras que atuou em quatro missões na África contra o surto de ebola – e “Repense”, campanha de informação e reflexão sobre o uso medicinal da maconha.
Na categoria Sociedade/Educação, venceu o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), membro institucional da ABC, dirigido pelo Acadêmico César Camacho. Também concorreram Rafael Procópio – professor desenvolveu um método inovador para ensinar matemática por meio de videoaulas – e Tião Rocha – fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento.

Matemático carioca ganhador da Medalha Fieds, o “Nobel” da Matemática


Nome respeitado no mundo da matemática avançada há tempos, Artur Avila, de 35 anos, tornou-se conhecido dos brasileiros em geral ao ganhar a Medalha Fields, o equivalente ao prêmio Nobel da área, em agosto de 2014.

Primeiro brasileiro a receber a honraria, ele chamou atenção para o alto nível da produção científica do país na sua especialidade, os sistemas dinâmicos, popularmente conhecidos como “teoria do caos”, que procura explicar processos que mudam com o tempo e é aplicada em áreas como economia e meteorologia. Ex-aluno de duas das mais tradicionais escolas do Rio, os colégios Santo Agostinho e São Bento, Avila já demonstrava um talento especial para a matemática desde muito jovem, colecionando prêmios.
Antes mesmo de concluir o ensino médio, ele ingressou no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), onde obteve seu doutorado em 2001. Hoje, divide seu tempo entre o Impa e o Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS), em Paris.

Impa

Organizador da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas



Localizado no agradável Horto Florestal, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) é considerado uma ilha de excelência em pesquisa científica e ensino superior. Mas sua linha de atuação na educação básica se tornou uma forte influência no país.
Em 2014, o Impa comemorou os 10 anos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), por meio da qual o órgão, ligado ao Ministério da Ciência e da Tecnologia, estimula e aprimora o aprendizado na disciplina que é pesadelo de muitos estudantes. Da última edição da OBMEP, participaram cerca de 18 milhões de alunos de quase 47 mil escolas de todo o país.
O evento, que começou como uma espécie de “caça-talentos” da rede pública, transformou-se num grande projeto pedagógico. Os colégios participantes recebem material didático elaborado pelo Impa, que também coordena oficinas para professores e oferece cursos de iniciação científica e até bolsas de mestrado para os estudantes que se destacam. No ano passado, mais de 6,5 mil alunos de todos os estados foram premiados com medalhas.