A diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) Nádya Pesce da Silveira abordou a realidade do fomento à pesquisa no estado, durante o 2º Encontro Regional de Membros Afiliados da ABC/Sul.
Nádya informou que o aporte financeiro a ser repassado à Fapergs está previsto no artigo 236 da Constituição Estadual, prevendo 1,5% da receita líquida de impostos, na forma de duodécimos e, em 2013, corresponderia a aproximadamente R$ 300 milhões. “Mas esse percentual não é cumprido”, lamentou a diretora-presidente.
Ela relatou ainda que nos últimos três anos a Fundação, com o apoio da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul, tem feito esforços no sentido de captar recursos e aumentar o número de editais disponibilizados à comunidade científica gaúcha. Em 2013, a Fapergs lançou 25 editais. Para tal, a Fundação contou com um orçamento de 50 milhões do Tesouro do Estado, bem como com a parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) – que entrou com R$13,5 milhões do acordo Capes/Fapergs – e com a Finep Inovação e Pesquisa (Finep), além de outros parceiros institucionais. “O CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] contribuiu com R$ 6,5 milhões provenientes de convênios. A Fapergs também finalizou acordos e programas com o Ministério das Comunicações. Em 2014 conseguimos ampliar os recursos, em função dos 50 anos da Fapergs”, contou a presidente.
Relatando os avanços alcançados em sua gestão, Nádya destacou a mudança para uma nova sede, no Paço Municipal em Porto Alegre, em 2013, assim como a implementação da plataforma online Sigfapergs, que conta hoje com mais de 14 mil pesquisadores cadastrados. Apontado por gestores anteriores como um setor frágil, o setor de comunicação da Fundação foi reestruturado. Além destas ações, houve a aprovação de um novo Plano de Carreira para os funcionários da Instituição, que passará a contar com 99 funcionários.
Por ocasião do aniversário do Jornal do Comércio, um veículo de comunicação tradicional no Rio Grande do Sul, a Fapergs foi homenageada com um caderno especial, no qual foi lançado o selo Aqui tem Pesquisa, a ser utilizado juntamente com empresas que possuem setor de P&D [pesquisa e desenvolvimento]. Neste mesmo caderno, Nádya conta que foram entrevistados pesquisadores do estado financiados pela Fapergs, numa ação que faz parte da comemoração do cinquentenário da Fundação, completado em 2014. No sentido de poder contar com a iniciativa da comunidade científica da região na divulgação de seus trabalhos e de suas contribuições socioeconômicas para o estado, foi lançado também o programa Popularização da Ciência, que pretende dar visibilidade às pesquisas financiadas pela Fapergs ao longo do tempo, mostrando o impacto das mesmas na sociedade.
Os avanços, portanto, foram expressivos. E essa gestão vitoriosa tem uma boa explicação: Nádya Pesce da Silveira conhece os problemas da comunidade científica por dentro, pois é pesquisadora – e de alto nível. Graduou-se em química industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fez mestrado em química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), obteve o doutorado pela Universität Bielefeld, na Alemanha e fez um pós-doutorado na Université Joseph Fourier, em Grenoble, na França. É professora do Instituto de Química da UFRGS, estando cedida para a Fapergs, onde começou em 2011 como diretora-científica e foi alçada a diretora-presidente em 2012.
Os Acadêmicos presentes na plateia manifestaram-se ao final da apresentação, parabenizando Nádya por seu trabalho nesses últimos três anos e meio. A afiliada da ABC Lisiane Porciúncula comentou ter acompanhado o crescimento da Fundação nesse período, especialmente o apoio à pós-graduação e o Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem), promovido em convênio com o CNPq e voltado para jovens pesquisadores. “Reconhecemos a disponibilidade da professora Nádya em receber e atender os pesquisadores, inclusive os jovens, mostrando-se sempre disposta a prestar contas do que está sendo feito e das dificuldades enfrentadas. Sua postura dá um conforto à comunidade científica local, que se sente ouvida e vê a Fundação realmente como uma parceira.”