Jovens cientistas se reuniram na sede da ABC, em maio, para o 2º Encontro Regional de Membros Afiliados do Rio de Janeiro. O evento foi organizado pelos afiliados Artur Ziviani, Emiliano Medei, Kildare Miranda, Pierre Mothé Esteves e Yraima Cordeiro, todos dessa Regional e eleitos em períodos distintos.
Nesta edição, foram debatidos três temas em mesas-redondas: a interação Sudeste-Amazônia, a burocracia e importação para a ciência e os desafios da mulher na ciência e tecnologia (C&T). As sessões geraram uma discussão informal e bastante rica entre os participantes.
Participantes da abertura do encontro, entre eles alguns Afiliados do Rio de Janeiro recém-eleitos, os organizadores do evento, o presidente da ABC e a vice-presidente da Regional Rio
Participantes da abertura do encontro, entre eles alguns Afiliados do Rio de Janeiro recém-eleitos, os organizadores do evento, o presidente da ABC e a vice-presidente da Regional Rio
O evento foi aberto pelo presidente da ABC, Jacob Palis, e pela vice-presidência da Regional Rio, Elisa Reis, que demonstraram grande satisfação com a participação ativa dos jovens membros da Academia. Em seguida, o Acadêmico Jerson Lima da Silva, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), falou sobre os desafios da C&T nesta região e no país de um modo geral.
Silva destacou que o Brasil obteve um importante salto na produção científica, com uma média anual de crescimento de 10,5% nos últimos 28 anos, o triplo da média mundial. Em 2009, detínhamos 2,7% das publicações de todo o mundo, o que nos coloca atualmente na 13ª posição no ranking dos países que mais publicam. Ainda assim, o impacto dessa produção é baixo. “O aumento da influência internacional da ciência brasileira ocorrerá com o crescimento de sua qualidade e da publicação em periódicos de maior impacto”, afirmou.
O Acadêmico ressaltou que alguns dos fatores que dificultam a ciência de alta qualidade são: a pesquisa baseada na pós-graduação; a tradição de pesquisa com baixos níveis de criatividade e inovação (que Silva chamou de “me too”); a ênfase cientométrica em números absolutos; o foco em rápido retorno tecnológico da pesquisa; a pulverização de recursos; e a demanda “criacionista” das agências de fomento.
Jacob Palis acrescentou, ainda, que os 2% do PIB para ciência e tecnologia, defendidos por muitos, ainda não são o suficiente: “Apesar de ser mais ou menos o dobro do investimento que temos atualmente, 2% é pouco; há pelo menos oito anos eu venho batendo nessa tecla”.
Veja, abaixo, as matérias sobre as mesas-redondas do encontro:
A integração da região com o Sudeste é fundamental para promover avanços na pesquisa desenvolvida no Norte do Brasil.
Levantamento do neurocientista Stevens Rehen confirma que as dificuldades em importar insumos e equipamentos para a pesquisa é um dos principais entraves do desenvolvimento científico, e que pouco mudou desde 2010.
O 2º Encontro de Membros Afiliados do Rio de Janeiro propiciou um bate-papo sobre as dificuldades encontradas por pesquisadoras no exercício da profissão, como o gap na produtividade por conta da gravidez e a discriminação.