Depois de ser a primeira médica brasileira eleita para a Academia Francesa de Medicina, em 2013, agora é a vez professora e pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Cientista do Nosso Estado e presidente do Conselho Superior da Faperj, Eliete Bouskela, ser novamente pioneira em outra sociedade científica de renome internacional. Na última sexta-feira, 7 de março, ela foi a primeira brasileira eleita para a Academia Europeia de Ciências e Artes como membro titular na área de medicina.
Fundada em 1985 em Salzburg, Áustria, por Felix Unger (cirurgião cardíaco), Franz Cardinal König (arcebispo de Viena) e Nikolaus Lobkowicz (filósofo e cientista político), a Academia Europeia de Ciências e Artes tem membros em sete áreas: artes, humanidades, medicina, ciências naturais, ciências sociais, direito, economia, ciências técnicas e ambientais e religiões. Destes membros, oriundos de 74 países, 29 são ganhadores do Prêmios Nobel (oito em física, oito em química, sete em medicina, três em economia e três Prêmio Nobel da Paz). Até agora, havia dez membros da América Latina (sete da Argentina, dois do Chile e um da Colômbia). Entre os membros da América Latina, há apenas um argentino na área de medicina, que agora terá Bouskela como companheira de categoria.
Eliete Bouskela tem experiência na área de fisiologia cardiovascular (microcirculação) e pesquisa clínica, atuando principalmente nos seguintes temas: regulação da reatividade microvascular nos choques séptico e hemorrágico, e disfunção endotelial e microvascular em diabetes e obesidade. Em 1994, a médica fundou o Laboratório de Pesquisas em Microcirculação (LPM), na Uerj, para avaliar pacientes e modelos experimentais de doenças. Sua hipótese de trabalho é que a disfunção microvascular e endotelial precede a disfunção macrovascular. O LPM investiga, em pacientes, doenças reumatológicas e cardiometabólicas (diabetes mellitus, hipertensão, síndrome metabólica, obesidade e sobrepeso). Os resultados dos estudos desenvolvidos pela médica mostram que, mesmo que ainda não estejam obesas, mulheres jovens com sobrepeso já apresentam problemas na microcirculação.