Neo-zelandês da cidade de Ashburn, William S. Fyfe foi o primeiro estudante de sua escola a entrar para a universidade. Cursou a graduação, mestrado e doutorado na Universidade de Otago, indo depois trabalhar na Universidade da Califórnia, em Berkeley, no Imperial College em Londres e na Universidade de Manchester, até entrar na Universidade de Western Ontario em 1972, como diretor do Departamento de Geologia e depois como reitor.
Suas viagens de campo o levaram a mais de 60 países, o que se refletiu nos alunos que formou, oriundos de mais de 30 diferentes nações. Serviu à comunidade geocientífica de várias formas, notavelmente durante sua gestão de quatro anos como presidente da União Internacional de Geociências.
William Fyfe é considerado um dos mais eminentes geoquímicos do mundo e suas proeminentes pesquisas em mineralogia, petrologia e geologia ambiental lhe deram estatura internacional. Extremamente preocupado com educação científica e com o meio ambiente, Fyfe proferiu palestras por todo o mundo. Por sua prodigiosa atividade docente, pesquisas e publicações – que abrangem onze livros e 450 papers – o geoquímico recebeu inúmeros prêmios. Membro da Royal Society, da Royal Society of Canada (1969) e da Academia Brasileira de Ciências, em 1981 recebeu a maior honoraria da Associação Geológica do Canadá, a Medalha Logan. Em 1985 lhe foi outorgada a Medalha Willet G. Miller da Royal Society of Canada e em 1989 passou a integrar a Ordem do Canadá, uma das mais altas honras ao mérito naquele país. Nas décadas seguintes, recebeu títulos de oito universidades de três continentes. Foi homenageado com a Medalha Arthur L. Day da Sociedade Geológica da América (1990), com a Medalha de Ouro do Canadá para Ciência e Engenharia (1992), a Medalha Roebling da Sociedade Mineralógica da América (1995) e a Medalha Wollaston, a mais alta premiação da Sociedade Geológica de Londres em 2000.
Para Bill Fyfe, como era conhecido, os limites entre departamentos, pessoas e ideias eram impedimentos inaceitáveis para o crescimento intelectual e oportunidades de avançar nos empreendimentos inovadores. Atuava de maneira interdisciplinar, estimulando as atividades conjuntas entre o Departamento de Geologia, o de Química e o de Física da universidade. Sua compreensão da natureza humana, de seu valor, assim como sua liderança gentil mudaram o curso da estratégia de pesquisa desses cursos.
Fyfe era considerado um mestre visionário, que tinha um interesse verdadeiro e profundo por seus alunos, reconhecendo talentos através do mundo e procurando oferecer oportunidades a todos eles. Afirmava que aprendia com seus estudantes e que todos eram capazes de ser bem sucedidos, se tivessem uma chance.
Sua memória será preservada pelo compartilhamento de conhecimento e de oportunidades que promoveu, em seus 40 anos de atividade científica, com seus alunos e colegas de pesquisa. O Departamento de Ciências da Terra da Western Ontario University está planejando um evento em sua homenagem no início de 2014, com convidados de todas as partes do mundo.