O VI Fórum Mundial de Ciência começou neste domingo (24) no Rio de Janeiro e deve reunir até esta quarta-feira (27), em Copacabana, centenas de cientistas e autoridades ligados à ciência, tecnologia e inovação. Com o tema “Ciência para o desenvolvimento sustentável global”, o evento espera receber mais de 600 líderes de 120 países.
 
Esta é a primeira vez que o encontro, criado em 2003 e promovido a cada dois anos, será sediado fora de Budapeste, na Hungria. Para isso, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), com apoio da a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), firmou parceria com a Academia de Ciências da Hungria. Desde agosto do ano passado, foram realizados no Brasil sete encontros preparatórios para o fórum, em São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.
 
Nos três dias de conferência, serão discutidos temas de diferentes áreas, que vão desde Amazônia, desenvolvimento sustentável e fontes renováveis de energia até envelhecimento da população e redução de riscos de desastres naturais com ajuda da ciência e tecnologia. Todas as sessões serão transmitidas ao vivo pela internet, no site do fórum.
 
A abertura do evento ocorreu no Theatro Municipal do Rio, com participação do vice-presidente da República, Michel Temer, do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, da diretora geral da Unesco, Irina Bokova, do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e do presidente da ABC, Jacob Palis.
 
Na ocasião, Raupp citou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como exemplos de sucesso na área de ciência e tecnologia no país.
 
“Queremos aumentar o impacto da produção científica brasileira em termos qualitativos. Já temos pesquisas de vários países em nossos laboratórios”, disse o ministro, em inglês. Raupp também destacou o papel da ciência para estudar o meio ambiente e conquistar a sustentabilidade.
 
Para a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, o mundo precisa de uma ciência mais inclusiva, a serviço da sociedade e conectada com as políticas públicas dos países e as necessidades globais. Segundo ela, o número de mulheres cientistas ainda é baixo e só na África, por exemplo, faltam cerca de 2,5 milhões de engenheiros e técnicos.
 
“Devemos popularizar a ciência nas escolas, fazer com que as crianças entendam como ela funciona e aguçar a curiosidade das mentes jovens”, destacou.
 
Ao longo da conferência, será preparado um documento que consolidará as propostas e conclusões das discussões. A ideia é que esse texto sirva de base para um plano estratégico regional que busque resolver problemas comuns a países desenvolvidos e em desenvolvimento nas próximas décadas.
 
A sétima edição do Fórum Mundial de Ciência voltará a ser sediada na Hungria, e a oitava edição, em 2017, ocorrerá na Jordânia.