Os desastres naturais, um dos principais impactos causados pela combinação letal de extremos climáticos e de fatores não climáticos, e o aumento na frequência de extremos de chuva, indicada nas projeções de clima futuro, fazem com que o tema mudanças climáticas mobilize a comunidade científica internacional e gere enorme interesse na mídia e na sociedade. No Brasil, tais eventos extremos, principalmente de chuva, têm sido trágicos e, lamentavelmente, frequentes. De triste lembrança recente são os episódios na região serrana do Rio de Janeiro (janeiro de 2011 e março de 2013) e no Morro do Bumba, em Niterói (abril de 2010), que causaram enorme comoção na população.
Através de seu Grupo de Estudos sobre Mudanças Ambientais Globais, a ABC procura mobilizar os principais pesquisadores brasileiros que trabalham com o tema, para discutir como pode a ciência contribuir com a ampliação da capacidade de previsão, prevenção, monitoramento e mitigação dos impactos dos desastres naturais causados por eventos climáticos extremos.
De forma similar, o governo brasileiro – a partir do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – tem buscado desenvolver ações, junto aos governos estaduais e municipais, que contribuam para o fortalecimento da capacidade nacional de antecipar e prevenir desastres naturais, através do monitoramento, em tempo real, das condições meteorológicas e ambientais causadoras de desastres. Por motivos evidentes, este é um tema que também tem despertado grande interesse no mercado de seguros no Brasil e no mundo.
Preocupado com este assunto, o Itaú, que é Membro Institucional da ABC, propôs à Academia e à Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) que estas trabalhassem em conjunto para promover um simpósio sobre o tema. Desta forma, organizado em parceria pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Associação de Genebra, com o apoio da CNseg, da Munich Re, da Swiss Re e do MCTI, o simpósio “Mudanças Climáticas e Desastres Naturais no Brasil: Desafios e Oportunidades para o Setor de Seguros” busca mobilizar diferentes atores sociais para contribuir com o debate sobre como se ampliar a capacidade da sociedade reagir, com a necessária presteza, aos desastres naturais de origem climática, de forma a se preservar vidas e patrimônios.
No que diz respeito mais diretamente ao mercado de seguros, o simpósio tem por objetivo reunir os principais stakeholders para propiciar uma discussão aberta sobre a forma pela qual o governo, a comunidade científica, as seguradoras e as empresas podem trabalhar em conjunto para reduzir os danos e fortalecer a resiliência a sinistros catastróficos. O simpósio também demarca o início do Ciclo de Conferências sobre Regimes Internacionais de Responsabilidades para a América Latina, da Associação de Genebra.
O evento conta com a participação da Defesa Civil de Campinas, primeira cidade brasileira a ser certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como cidade modelo de boas práticas na construção de resiliência para a redução de riscos e desastres naturais. Por fim, mais do que um simpósio científico, o evento ambiciona ter uma dimensão mais aplicada, olhando para os impactos e apontando para o fortalecimento da capacidade de análise científica sobre como lidar com os extremos climáticos e os desastres naturais, seja em termos de previsão e prevenção, como também de mitigação de suas consequências.
Inscrições e dúvidas em relação ao evento devem ser enviadas para:
• Vitor Vieira (vvieira@abc.org.br)
• Barbara Botterill (barbara_botterill@genevaassociation.org)
Para conferir a programação do simpósio, clique aqui.