O 6º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciências 2013 foi realizado nos dias 13 e 14 de maio de 2013, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pela manhã, a abertura foi feita pelo secretário-executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Luiz Antonio Elias. Ele falou sobre o Fórum Mundial, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro, e cujo Comitê Central é composto por Academias de Ciências de todo o mundo. “A proposta do MCTI foi ampliar a discussão sobre os temas do Fórum por todo o Brasil, anteriormente ao evento”, explicou Elias. Para tanto, foram planejados sete encontros regionais. No ano de 2012 ocorreram quatro – em São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e Salvador. Em 2013 serão três: o 5º Encontro foi em Recife, o sexto está acontecendo em Porto Alegre e o último será em Brasília. “A ideia é discutir temas locais que estejam relacionados com os temas do Fórum Mundial. Pretendemos, ao final desse processo, produzir um documento, que está centralizado no CGEE [Centro de Gestão e Estudos Estratégicos], fazendo a síntese desses encontros.”
Elias avaliou que a crise mundial só será superada através de conhecimento, ciência e tecnologia. Para tanto, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as variáveis decisivas são educação, infraestrutura, ciência básica e ciência aplicada. Os países desenvolvidos, de acordo com o secretário, passaram por esse processo de investimento em ciência, tecnologia e inovação para chegar onde estão hoje. “O Brasil precisa passar por essa etapa para alcançar um novo patamar de desenvolvimento, internacionalizando nossa economia.”
Após a série de palestras programadas para o dia 13, aconteceu no final da tarde a Sessão Magna, conduzida pela coordenadora do Comitê Organizador local Ghissia Hauser, secretária adjunta da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul (SCT), que agradeceu a participação das secretarias de C&T do Paraná e de Santa Catarina, além das fundações de amparo à pesquisa – Fapesc, Fapergs e Araucária (Paraná).
Ghissia Hauser, o diretor científico da Fapergs José Miguel Reichert,
Helena Nader e Jacob Palis
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e Acadêmico Jorge Guimarães frisou que a realização do Fórum Mundial no Brasil é uma oportunidade de mostrar ao mundo o desenvolvimento que o Brasil conseguiu alcançar, após mais de 300 anos de pura exploração dos seus recursos naturais. “Nossa universidade tem apenas 60 anos e, ainda assim, temos hoje a Embrapa, a Petrobras, a Embraer, o Portal de Periódicos da Capes, o currículo Lattes, a iniciação cientifica…”, listou Guimarães. “Todos esses modelos de criatividade foram construídos no país, apesar das dificuldades que persistem na educação e na parte social”, ressaltou, apontando os sucessos brasileiros como o conteúdo que interessa ao Brasil mostrar no Fórum Mundial.
O secretário de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul, Cleber Prodanov, concordou com Guimarães. “Dar soluções para os nossos problemas são nossa responsabilidade. Mas hoje temos bons resultados para apresentar ao mundo, hoje somos mais do que o país do carnaval e do futebol, embora o carnaval e o futebol sejam fundamentais na nossa cultura, na nossa formação”, afirmou Prodanov. Em sua ótica, o Brasil hoje é um país que pensa, é um grande laboratório que vem fazendo experiências muito bem sucedidas. “Esperamos que os relatores desses Encontros Preparatórios tenham a sapiência de resumir a inteligência nacional num documento que reflita a pujança da nossa ciência hoje.”
O reitor da UFRGS Carlos Alexandre Netto agradeceu a presença de todos e, como anfitrião, declarou ser um grande prazer poder oferecer o seu espaço e seus professores para um evento tão importante. Ele se referiu à super safra de soja ocorrida recentemente no Rio Grande do Sul. “Esta ocorrência vai trazer milhões aos cofres públicos e só aconteceu por causa do investimento realizado em CT&I.”
“O Fórum Mundial de Ciência é uma oportunidade ímpar de colocar o Brasil no centro da ciência internacional. Só o fato dele ser realizado no Brasil implica nisso, demonstra respeito internacional pela ciência brasileira”, apontou o presidente da ABC, Jacob Palis. Ele relatou que o Comitê Organizador do Fórum Mundial reconheceu o Brasil como uma potência emergente em nível científico, um país que está adquirindo um status de primeira linha na ciência internacional. E destacou que a presença brasileira nos fóruns internacionais de CT&I – inclusive em todas as edições do Fórum Mundial de Ciências desde o seu início, em Budapeste, no ano de 1999 – contribuiu muito para a construção dessa imagem. Palis explicou que a Academia de Ciências da Hungria sempre organizou o Fórum Mundial, que tem uma estrutura padronizada. “Por isso esses Encontros Preparatórios são importantes, não só porque promovem o Fórum Mundial, mas porque consolidam nossas posições. É a força científica brasileira se colocando no nível internacional.” Ele acrescentou ainda que haverá um número expressivo de brasileiros como palestrantes do Fórum Mundial, o que também foi uma conquista.
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Acadêmica Helena Nader creditou a Palis a vitória de trazer o Fórum para o Brasil. “Jacob lutou muito junto ao Pálinkás, presidente da Academia Húngara, e com sua determinação conseguiu convencê-lo que para ter mais repercussão o Fórum deveria sair da Hungria para outros países e que a primeira saída fosse o Brasil”, contou Helena. Ela também reforçou a importância dos Encontros Preparatórios promovidos pelo MCTI, que estão fazendo ecoar pela sociedade o Fórum Mundial. “Num país de dimensão continental como o Brasil, isso é fundamental. Nós somos o celeiro do mundo e temos que manter a floresta em pé. É uma responsabilidade imensa, da qual só daremos conta com muita ciência, tecnologia e inovação.”