A ABC foi sede, no dia 12 de dezembro, do Seminário sobre Infraestrutura Cibernética para Ciência e Tecnologia, evento que contou com grandes nomes da ciência brasileira. O workshop em Computação de Alto Desempenho foi coordenado pelo Acadêmico Virgílio Almeida e objetivou promover um debate crítico acerca da conjuntura atual do Brasil neste âmbito, propondo a elaboração de um documento – com prazo estipulado para o final de janeiro de 2013 – que estabeleça estratégias voltadas para a obtenção de uma infraestrutura cibernética avançada no país.
Jacob Palis e Virgílio Almeida na abertura do evento
Além de membro da Academy of Science for the Developing World (TWAS) e professor titular do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Almeida é também secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O pesquisador realizou, ao lado do presidente da ABC, Jacob Palis, a abertura do encontro – que tinha como palestrantes Ignacio de Bediana Hickman (CBPF), Saulo Freitas (CPTEC/INPE), Luiz Velho (IMPA), Bruno Schulze (LNCC), Márcio L. Bunte de Carvalho (RNP), Renato Cotta (UFRJ), Josemar Rodrigues de Souza (FIEB), Phillippe Navaux (UFRGS), Denise Grune Ewald (UFRGS), Jairo Panetta (INPE), Antônio Tadeu Gomes (LNCC), Álvaro Coutinho (UFRJ) e Nelson Ebecken (UFRJ).
Segundo o coordenador do seminário, a questão da computação de alto desempenho está diretamente relacionada ao gerenciamento de grandes volumes de dados e serve ao país em suas mais diversas áreas – física, química e engenharia são apenas alguns exemplos – no que diz respeito a suas necessidades de armazenamento. Na sua opinião de especialista na área, Almeida declarou que a principal pergunta a ser feita é: qual a infraestrutura cibernética necessária em ciência e educação para que os problemas complexos e fundamentais do país sejam resolvidos?
De acordo com ele, ainda há muito a ser feito. Em relação aos países que compõem os BRICS – Rússia, Índia, China e África do Sul – os avanços brasileiros na área são muito modestos. Quando comparados, então, a nações de maior desenvolvimento como, por exemplo, os Estados Unidos e certos países europeus, “o desempenho do Brasil está muito aquém”, lamenta o professor. Nesse contexto, Almeida acredita ser necessário pensar no que será preciso para que o país possa atingir um nível satisfatório quando se trata de Computação de Alto Desempenho.