O Memorial da América Latina, em São Paulo, recebeu os Membros Afiliados da Academia Brasileira de Ciências para sua cerimônia de diplomação no dia 5 de outubro, seguida de um simpósio no qual os jovens Acadêmicos apresentaram suas linhas de pesquisa. Os eleitos foram Anderson de Rezende Rocha (Unicamp), Frank Nelson Crespilho (IQSC-USP), José Carlos Farias Alves Filho (FMRP-USP), e Paulo Sérgio Boggio (UPM).

A cerimônia foi conduzida pelo vice-presidente regional da ABC para São Paulo, Adolpho Melfi (à esquerda na foto), que também é diretor do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina da Fundação Memorial da América Latina. Ele relatou que a categoria de Membro Afiliado da ABC foi criada em 2007, por sugestão do então novo presidente, Jacob Palis, presente à cerimônia. O objetivo foi aproximar da Academia uma nova geração de cientistas, trazendo a energia e o vigor da juventude e interagindo com os membros seniores. “Esses jovens deram novo ânimo à Casa, contribuíram com um dinamismo maior na ABC, entidade que participa, de modo efetivo, da ciência que está sendo realizada no mundo todo”, ressaltou Melfi.

Ele esclareceu aos presentes que o processo de seleção dos novos Membros Afiliados passa pela indicação de um Membro Titular, seguida de uma avaliação da Comissão de Seleção criada para esse fim entre os Membros Titulares da região, que considera a produção científica os prêmios recebidos durante sua ainda curta carreira cientifica, assim como suas atividades acadêmicas, realizadas no âmbito de suas instituições. “Parabéns aos eleitos, que tiveram o mérito acadêmico e científico para tanto.”

O presidente da ABC Jacob Palis (à direita na foto acima) fez questão de frisar que a proposta de criação da categoria foi dele, mas que os excelentes resultados são fruto do trabalho da Diretoria, que abraçou a causa da distribuição da representação da Academia por todo o país. “Mudamos o estatuto para que cada uma das regiões criadas – porque não correspondem estritamente as regiões geográficas, mas à concentração de membros – tenha um vice-presidente regional.” Para Palis, o outro aspecto importante, além da descentralização, é trazer os jovens cientistas de talento para o convívio na ABC. “Foi uma ação muito bem sucedida, ter esses jovens participando de nossas reuniões e atividades é muito importante. Gosto de dizer que o talento não escolhe onde nascer e nós temos que identificá-lo, valorizá-lo e incentivá-lo.”

Palis observou que a importância dessa participação dos Afiliados na Academia pôde ser dimensionada quando, em 2011, foi realizado um importante evento nacional na sede da ABC que reuniu quase todos os Membros Afiliados da ABC e teve uma grande repercussão na mídia – ganhou duas páginas inteiras do jornal O Globo. “O relatório desse evento está sendo publicado em breve, para a distribuição aos Acadêmicos e à mídia”, acrescentou o presidente da ABC.

Na visão de Palis, o Brasil só tem um caminho para se tornar um país desenvolvido de forma sustentável, o que envolve o benefício da sociedade: o caminho da ciência, tecnologia e inovação. Ele cumprimentou os novos Membros Afiliados da ABC: “Continuem o caminho de brilho que os fez ser eleitos e trabalhem junto conosco nesses próximos cinco anos.”

Após a abertura, foram entregues os diplomas aos cientistas paulistas eleitos para o período de 2012 a 2016, que apresentaram seus trabalhos em seguida. Anderson de Rezende Rocha tratou da coleta, organização, classificação e análise de evidências digitais no novo século. Frank Nelson Crespilho, da contribuição da bioeletroquímica ao progresso da ciência. José Carlos Farias Alves Filho explicou porque as pessoas morrem de sepse e Paulo Sergio Boggio falou de seus experimentos com neuromodulação e eletroencefalografia para compreensão dos processos psicológicos básicos até os comportamentos sociais complexos.

Anderson de Rezende Rocha, Paulo Sérgio Boggio, Adolpho Melfi, Jacob Palis,
José Carlos Farias Alves Filho, Frank Nelson Crespilho

Conheça os novos membros da ABC nas matérias a seguir.