No intuito de abordar os avanços científicos da América Latina com maior amplitude, foram organizados três simpósios ministrados por cientistas de diferentes nacionalidades, ao longo da semana do evento Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe 2012. Ao contrário dos demais palestrantes, esses pesquisadores não discursaram sobre os progressos alcançados em temas específicos de suas respectivas áreas de atuação. O objetivo de suas falas era posicionar suas nações de origem, juntamente com a América Latina, em relação ao contexto da ciência mundial.
O primeiro deles foi Juan Tirao, matemático natural da Argentina, atual presidente da Academia Nacional de Ciências de Córdoba, professor titular da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa (Conicet) de seu país. Em sua apresentação, Tirao abordou a questão da evolução científica e universitária da Argentina, começando com uma introdução histórica da colonização e conquista espanhola, passando depois a alguns problemas que a Argentina enfrentou durante os períodos militares, assinalados por ele como “ciclos que foram para cima e para baixo”.
O segundo país representado foi o Chile, através da palestrante Mary Kalin Arroyo. Embora seja neozelandesa, Arroyo reside no país há certo tempo e atualmente é diretora do Instituto de Ecologia e Biodiversidade da Universidade do Chile e membro da Academia Chilena de Ciências. A conferencista buscou mostrar como a nação está posicionada no mundo a partir de um enfoque científico, abordando a questão do financiamento e dos grupos de investigação lá existentes. Essa contextualização foi denominada por ela de “ecossistema da ciência do Chile”. Outros assuntos citados durante a apresentação foram aspectos da história da vegetação, estudos no campo climático e pesquisas relacionadas à conservação.
A última palestra sobre o panorama da ciência em outros países da América Latina foi ministrada pela mexicana Silvia Torres Peimbert, PhD em Astronomia pela Universidade da California/Berkeley e membro da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS). Peimbert classificou sua apresentação como “um bate papo diferente”, uma vez que tentou ater-se a temas mais gerais, fazendo uso de estatísticas relativas à educação, ao número de estudantes e pesquisadores e seus respectivos graus de produtividade que compõem a sociedade mexicana. Esses dados foram, no decorrer do simpósio, comparados aos números brasileiros e mundiais. Para a mexicana, a importância do evento reside na sua capacidade de nos incitar a “refletir sobre qual é o estado das nossas preocupações com os nossos países, a nos compararmos com outros países e enxergarmos as vantagens e desvantagens… É aprender.”