O ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, o pesquisador e Acadêmico Carlos Alfredo Joly (na foto) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) são os ganhadores do Prêmio Muriqui 2012. A cerimônia de entrega foi realizada no pavilhão do Governo do Estado do Rio de Janeiro no Parque dos Atletas, durante o seminário “As Reservas da Biosfera e a RIO+20”.
Instituído em 1993 pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CN-RBMA), o prêmio tem como objetivo incentivar ações que contribuam para a conservação da biodiversidade, para o fomento e divulgação dos conhecimentos tradicional e científico ou para a promoção do desenvolvimento sustentável na Mata Atlântica.
O prêmio é constituído de uma estatueta de bronze representando um muriqui (Brachiteles arachinoides) e um diploma. O muriqui é o animal símbolo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida em 1991 pelo Programa Homem e Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Anualmente são outorgados apenas dois prêmios, um para pessoa física e outro para entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais. Excepcionalmente três prêmios podem ser atribuídos no mesmo ano, como foi o caso desta edição.
Carlos Alfredo Joly é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenador do Programa BIOTA-FAPESP e diretor do Departamento de Políticas e Programas Temáticos da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Joly coordenou o planejamento, a montagem e a implantação do BIOTA-FAPESP, lançado em 1999 com previsão de duração de dez anos, que foi estendida para 20 anos em 2009, tornando-se o primeiro programa científico brasileiro com mais de dez anos de duração e reunindo mais de mil cientistas em São Paulo.
O pesquisador é professor titular em ecologia vegetal na Unicamp desde 1998 e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desde 2008. Em 1999, ganhou o Prêmio Henry Ford de Iniciativa do Ano na Área de Conservação e, em 2009, na categoria de Ciência e Formação de Recursos Humanos.
Em 2002 foi agraciado com a Ordem do Mérito Científico, classe comendador. Em 2005, ganhou o Prêmio Ambiental von Martius da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Thomas Lovejoy Eugene III é biólogo, consultor-chefe de biodiversidade para o presidente do Banco Mundial, conselheiro sênior do presidente da Fundação das Nações Unidas e presidente do Centro Heinz para Ciência, Economia e Meio Ambiente. É professor da Universidade de Ciência Ambiental e Política na Universidade George Mason e presidente do Instituto Yale para Estudos da Biosfera, nos Estados Unidos.
Foi o responsável pela introdução do termo “diversidade biológica” na comunidade científica. Tem trabalhado na Amazônia brasileira desde 1965. Dirigiu o programa de conservação da World Wildlife Fund e foi secretário assistente para Assuntos Ambientais e Externos do Smithsonian Institution.
O Prêmio Muriqui 2012 categoria pessoa jurídica será dedicado à SBPC, em um reconhecimento ao papel da instituição nas discussões sobre o Código Florestal e aos constantes alertas sobre as consequências dessa legislação nas florestas brasileiras. A presidente da instituição, Helena Nader, receberá a honraria.
A SBPC é uma entidade civil voltada para a defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. Desde sua fundação, em 1948, exerce um papel importante na expansão e no aperfeiçoamento do sistema nacional de ciência e tecnologia, bem como na difusão e popularização da ciência no país.
Sediada em São Paulo, a SBPC está presente nos demais estados brasileiros por meio de Secretarias Regionais. Possui cerca de 98 sociedades científicas associadas e mais de 6 mil sócios ativos.
Saiba mais sobre o Prêmio Muriqui e os ganhadores em: www.rbma.org.br/rbma/rbma_4_premio_muriqui.asp.