O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, vai levar à presidente da República, Dilma Rousseff, na próxima quarta-feira (4), o posicionamento da instituição em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro.
Pinguelli disse que a Conferência, tanto do ponto de vista do Brasil quanto internacional, não está bem equacionada. “Ela está com a pauta muito vaga”. Ele acredita, contudo, que ainda há tempo para modificar e enriquecer as questões que serão propostas no evento. “Acho que a maneira como a coisa está pode ser modificada de uma forma mais eficaz”.
O objetivo do fórum não é modificar o documento preparatório da Rio+20, conhecido como “draft zero”, mas aplicá-lo de outra forma. “Levar em conta, por exemplo, a questão do clima nessa reunião, de maneira que ela seja mais transparente, mais clara”.
Dos temas propostos no rascunho da Rio+20, Pinguelli questionou, por exemplo, a economia verde. “Não se sabe o que é economia verde. É um nome sem definição. Há uma ideia de que é uma coisa boa. Mas a economia [enquanto ciência] é boa também”. O secretário executivo do fórum definiu economia verde como uma coisa própria das Nações Unidas. “É ambíguo, uma coisa para todos concordarem, cada um interpreta de um jeito”.
Em relação ao combate à pobreza, outro tema de debate previsto para a Rio+20, Pinguelli ressaltou ser um ponto muito importante e concreto. Declarou, entretanto, que “o capitalismo é um elemento perverso”, o que o faz não acreditar que será fácil de atingir o objetivo previsto de erradicar a miséria do mundo.