A consolidação do programa foi em 2010, quando a FME pode, de fato, implantar a filosofia da iniciativa e disponibilizar para os alunos todo o material didático e os equipamentos adquiridos, como microscópio e lupas, de alta qualidade.
São 11 escolas da rede municipal participando, do 3° e 4° ciclos (do 6° ao 9° ano do ensino fundamental). Apenas uma, que está em obras, ainda não conta com o projeto. Segundo o coordenador de Ciências da FME, Carlos Gustavo de Gregório, a metodologia vem dando certo, o que possibilita manter as aulas práticas, ponto-chave do programa.
“Permaneceremos com os equipamentos e materiais. Estamos na fase de ambientação das salas de Ciências, preenchendo os espaços com trabalhos dos alunos, animais, plantas. Estamos prevendo a compra de aquários para as salas de aula”, disse.
A resposta dos estudantes tem sido altamente positiva. Muitas aulas terminam próximo ao horário de almoço, mas nem esse fator tem desestimulado os jovens. Tanto que muitos deles ficam até depois de o sinal ter tocado, o que atesta o interesse deles.
“O retorno que temos é muito bom. Pergunto aos alunos se eles gostam das aulas práticas de Ciências ou apenas teoria. Nunca temos respostas negativas por parte deles, sempre dizem que do jeito que está é muito melhor, com possibilidade de mexer nos equipamentos. Muitos dos estudantes nunca haviam tido a experiência de fazer uma visualização em uma lupa ou microscópio. Montamos as salas com equipamentos de alta qualidade. Isso tudo é muito novo para eles”, falou Carlos Gustavo.
Para colocar o projeto em prática, o corpo docente da rede municipal vem recebendo treinamento e capacitação. Encontros presenciais para ampliar o conhecimento dos professores sobre formação investigativa e a criação de um site para atendê-los foram algumas das formas encontradas para dar suporte à iniciativa.
“Eles têm um espaço chamado Sala dos Professores na internet. Cada um deles tem um código que o permite entrar nesse local, onde podem falar sobre as suas dúvidas, trocar ideias, relatar experiências que não deram certo. A formação presencial deve ter uma integração com a virtual, em um processo continuado. Contudo, considero esse tempo sempre insuficiente, pois ficamos com o gostinho de quero mais”, avalia a coordenadora do programa, Danielle Grynszpan, que faz parte do Laboratório de Biologia das Interações do setor de Alfabetismo Científico da Fiocruz.
Uma das unidades da rede, a Escola Municipal Levi Carneiro é um dos polos do projeto e já começou a trabalhá-lo no conceito da interdisciplinaridade. Aulas são ministradas com enfoque em mais de uma matéria. É o que realiza a professora de Ciências e Matemática, Toyoko Maria Nilda Furuse.
“Desenvolvemos as partes cognitiva, afetiva e social dos alunos. Participam estudantes de toda a escola, com horários definidos para cada turma. Como também dou aula de Matemática, fazemos um intercâmbio com as outras disciplinas. Utilizamos os conceitos matemáticos, os cálculos, dentro de Ciências. Há atividades em que é possível fazer essa ligação, como o estudo da densidade”, comenta a professora, elogiando a qualidade do material didático e equipamentos repassados às escolas.