O Simpósio “Ciência, Tecnologia e Inovação: Visões da Jovem Academia”, que aconteceu entre os dias 14 e 16 de setembro na sede da ABC, encerrou-se com uma plenária que incluía representantes de agências de fomento como CNPq, Capes, Finep e fundações de amparo à pesquisa (FAPs) de diversos estados. Os relatores de cada uma das cinco sessões mostraram as conclusões e propostas elaboradas após as discussões. Leia as matérias sobre cada mesa acessando o boletim especial e confira os seus respectivos relatórios nesta página.

Assistiram às apresentações o presidente da ABC, Jacob Palis; a presidente da SBPC e Acadêmica, Helena Nader; a diretora científica da Fapema, Rita Nogueira; a diretora científica da Fapergs, Nádya Pesce; o vice-presidente da ABC/Regional São Paulo e Acadêmico, Adolpho Melfi; o diretor de planejamento da Fapemig, Paulo Kleber; o presidente da Fundação Araucária, Paulo Roberto Brofman; o diretor científico da Faperj e Acadêmico, Jerson Lima; o presidente da Finep, Glauco Arbix; o diretor do CNPq, Paulo Sergio Beirão; e o presidente da Capes e Acadêmico, Jorge Guimarães.

img height=”236″ alt=”” hspace=”5″ width=”235″ align=”left” vspace=”5″ border=”0″ style=”WIDTH: 156px; HEIGHT: 155px” src=”/spaw/uploads/images/jacob1.JPG” />Jacob Palis agradeceu aos jovens cientistas pelas apresentações, afirmando que todas as propostas elaboradas eram de alta qualidade. O presidente da ABC também informou aos Membros Afiliados que quando o mandato deles, de cinco anos, chegar ao fim, os cientistas continuarão sendo convidados e sempre bem-vindos aos eventos e atividades da Academia.

Em seguida, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Membro Titular da ABC Helena Nader parabenizou os jovens cientistas e pediu a eles que pressionem o Congresso Nacional em relação à Lei 8666/93 – a lei das Licitações – que, segundo a Acadêmica, é responsável por impedir uma maior autonomia das universidades. Nader também comentou que a isonomia, tema bastante debatido pelas mesas, “é o fim da universidade brasileira”. Além disso, ela falou da necessidade de se protestar para que os royalties do pré-sal sejam destinados à ciência e educação. Veja aqui parte do discurso de Helena Nader.

A diretora científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema), Rita Nogueira, comentou as assimetrias regionais, tema debatido na Mesa 5: “Nós, no Maranhão, sentimos essas assimetrias no âmbito nacional, regional e também entre os 217 municípios”. Ela reiterou a necessidade de se atrair doutores e pesquisadores para o local. “Concordo com tudo o que foi falado pela mesa. Minha sugestão é que sejam firmados acordos de cooperação com as agências, entre elas Capes e CNPq, que atendam demandas específicas, seja no Norte ou no Nordeste”, declarou a convidada. Para ver a apresentação de Rita Nogueira, clique aqui.

Nádya Pesce, diretora científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), afirmou que a instituição tem batalhado para garantir que os recursos repassados pelo Governo do Estado – correspondentes a 10% do valor esperado – contribuam efetivamente para melhorar as ações da Fundação. Em relação à discussão levada pela Mesa 1, que debateu os critérios de avaliação acadêmica, Pesce questionou se seria conveniente encaminhar para as agências projetos tão detalhados. Já sobre o tema da educação e divulgação científica, da Mesa 2, ela afirmou que poderia haver uma parceria entre a ABC e a SBPC no sentido de criar programas nacionais de estímulo a esse setor. Sobre gestão e carreira científica, debatidos pela Mesa 4, a convidada indagou se as universidades, de modo geral, proporcionam as condições para que se possa fazer gestão e estratégia política de pesquisa. Veja aqui o vídeo da apresentação de Nádya Pesce.

O vice-presidente da ABC/Regional São Paulo, Adolpho Melfi, afirmou que a Academia acertou em realizar este tipo de evento, que gerou debates de grande utilidade para a sociedade. “Os jovens Afiliados estão muito empenhados em levar essas reivindicações adiante e terão, certamente, todo o apoio da ABC, da SBPC e outros órgãos”, parabenizou o Acadêmico. Sobre o tema das assimetrias regionais, Melfi ressaltou que foram levantados aspectos que não haviam sido discutidos até o momento. “Essas assimetrias estão diminuindo, mas ainda são bastante significativas”. Ele também falou sobre o papel das FAPs: “Acho que elas contribuíram muito para a consolidação do nosso sistema de ciência e tecnologia”. Clique aqui para ver a fala de Adolpho Melfi.

Diretor de planejamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Paulo Kleber enfatizou que as fundações de apoio têm um papel preponderante em relação à gestão e carreira científica: “Pesquisador é para pesquisar, gestor é para ajudá-lo a gerir um projeto”. Além disso, ele afirmou que uma das prioridades da Fapemig é a educação e divulgação científica. “Nós temos que levar Ciência, Tecnologia e Inovação para a sociedade. Eu, que não sou da Academia, digo o seguinte: o político que ficar contra CT&I é o político do atraso”, declarou o convidado. Para assistir à apresentação de Paulo Kleber, acesse esta página.

Paulo Roberto Brofman, presidente da Fundação Araucária – criada há dez anos pelo Governo do Estado do Paraná como uma fundação de fomento à pesquisa sem fins lucrativos – afirmou que sua instituição está preocupada com aspectos como formação de recursos humanos e difusão do conhecimento, mas também tem buscado “blindar-se” contra a influência política. O convidado, que também é médico, comentou que uma das ações da Fundação é fortalecer a pós-graduação do estado, que está muito abaixo da média nacional, e incentivar na inovação. “Essa cultura precisa ser implantada e a sua divulgação tem que ser colocada à disposição da sociedade”. Brofman também falou sobre o papel das FAPs. “As fundações devem escutar o que a coletividade quer e transformar o seu potencial financeiro em benefícios”. Assista aqui ao vídeo de Paulo Roberto Brofman.

O diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e Acadêmico, Jerson Lima, parabenizou os Membros Afiliados pelo sucesso do evento. “Estes cientistas trouxeram um pouco da ousadia da juventude, mas também a experiência, já que todos são pesquisadores consagrados”. Lima afirmou que diversas questões levantadas no simpósio têm sido consideradas pela Faperj, como a de educação e divulgação científica, afirmando que existem vários editais reservados ao tema. “Acho que a Faperj, o CNPq, a Finep, a Academia, todos nós vamos depender cada vez mais desses jovens cientistas”. Veja aqui parte da fala de Jerson Lima.

Glauco Arbix, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), enfatizou a importância de se divulgar as ideias discutidas nos três dias do simpósio. “Essa iniciativa é mais do que necessária. Mas se esse debate não se espalha de maneira significativa, tudo isso não vai passar de uma conversa”. Arbix comentou o tema da inovação, levado pela Mesa 3, alertando que, por mais que muitas ações nesse sentido já tenham ocorrido, é preciso fazer mais. “Inovação é uma encruzilhada – e ninguém consegue fazer sozinho”. Segundo o convidado, a questão da desburocratização, apresentada pela Mesa 3, é uma ideia-chave, mas complicada de ser realizada. Ele também falou sobre a fase atual do país. “Estamos vivendo um momento em que o Brasil deixa de ser uma promessa e passa a ser relevante no cenário internacional”. Assista aqui a trechos da apresentação de Glauco Arbix.

O diretor do CNPq e Acadêmico, Paulo Sérgio Beirão, comentou que várias das opiniões expressas pelas mesas estão em sintonia com o que tem sido discutido no CNPq: “É muito gratificante ver que a comunidade científica está pensando de uma forma mais avançada e ousada”. Sobre os critérios de avaliação acadêmica, Beirão afirmou que diversos problemas foram muito bem apontados, citando o exemplo do Edital Universal: “Nós recebemos 16 mil projetos e temos uma semana para julgar. É um encargo enorme, então é impossível fazer um julgamento adequado, mas nós fazemos o melhor possível”. Já sobre o tema da Mesa 2 – que declarou ser de enorme importância – Beirão informou que o Currículo Lattes receberá uma aba para divulgação científica e outra para educação. Para ver os comentários de Paulo Sérgio Beirão, clique aqui.

Por fim, o presidente da Capes e Acadêmico, Jorge Guimarães, afirmou que a sua instituição já vem trabalhando em muitas das questões apresentadas pelos representantes das mesas de debate. Entre elas, a de divulgação científica: “Nós temos, por exemplo, um programa sério de jovens talentos em execução”. Guimarães também informou que o Plano Nacional de Pós-graduação 2011-2020 coloca em discussão temas como o das assimetrias regionais e o papel das FAPs, com as quais a Capes vem firmando diversas parcerias. Para finalizar, o Acadêmico elogiou a participação dos Membros Afiliados. “Várias iniciativas inovadores vêm sendo realizadas nos últimos anos, e acho que isso se deve muito ao trabalho de vocês”, destacou. Veja aqui a participação de Jorge Guimarães.