Na palestra A inovação da Braskem, o engenheiro fez uma breve introdução sobre a empresa, que é líder em produção de resinas. “Em termos de competitividade internacional, a Braskem exporta para mais de 50 países. Somos uma multinacional brasileira”. A instituição tem 31 unidades industriais espalhadas pelo país e, em termos de mercado brasileiro, antes da compra da empresa Quartor a Braskem já era líder.
Segundo Coutinho, a empresa está presente na sociedade desde a construção civil até o setor de bens de consumo e agrícolas. “Para 2020, desejamos ser líder em química sustentável e estar entre as cinco maiores do mundo”, ressaltou.
Em relação à inovação, a Braskem está dividida em quatro partes, estando três delas nas suas unidades de negócio, com estruturas voltadas para as chamadas melhorias incrementais. Coutinho afirmou que, no programa de inovação da empresa, são coletadas ideias tanto internas quando externas, que podem ser de clientes ou de instituições parceiras. “As melhores ideias são escolhidas e viram projetos que, por sua vez, não são desenvolvidos apenas dentro da Braskem, mas também fora dela”, explicou o engenheiro.
No início de um projeto, a empresa identifica o cliente principal e faz questão que ele se envolva em todo o processo de evolução. Para Coutinho, em um modelo de inovação aberta ninguém tem condições de fazer Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) sozinho. “Trabalhamos, portanto, em um sistema que engloba parceiros. Para que isso aconteça, administramos as chamadas redes temáticas dos projetos, nas quais decidimos as prioridades”, comentou.
Universidades, patentes e tecnologia
A Braskem tem 26 projetos com universidades brasileiras e cinco com estrangeiras. “Temos convênios com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), USP, Unicamp, UFRJ, entre outras”. Segundo o engenheiro, a empresa busca sempre as melhores cabeças, oferecendo bolsas de mestrado e doutorado para alunos brasileiros que se interessam pelas áreas nas quais a Braskem atua. “Precisamos incentivar o jovem do ensino médio a ter interesse pela Química, e, principalmente, pelo seu lado sustentável”, acrescentou.
A empresa conta com mais de R$ 4 milhões investidos em pesquisa e desenvolvimento. Coutinho informou que são mais de 400 patentes registradas e que cerca de 12% do orçamento está atrelado à criação de novos produtos. “Saímos de 158 patentes em 2008 para além de 400 em 2010”.
Na área de tecnologia, a empresa foi a primeira a lançar o polietileno verde, sendo líder na produção de polímeros renováveis. “Estamos sempre em contato com o mercado, buscando o que ele mais necessita ou o que os clientes pedem que desenvolvamos para que eles possam atuar com sustentabilidade”, disse Coutinho.
Por último, o engenheiro ressaltou que a Braskem incentiva a reciclagem energética pois, quando se pensa que algumas substâncias são biodegradáveis, se esquece que o material está sendo transformado em CO2 e se deixa de aproveitar o seu potencial energético. “Somos, portanto, a favor de reciclar e investimos nisso, até porque nenhum polímero é 100% biodegradável”.