No dia 29 de junho, o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coppe e diretor do instituto, Luiz Pinguelli Rosa, apresentou as atividades do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) na área de inovação e pesquisa, dentro do ciclo de palestras do Simpósio Academia-Empresa. Bacharel em Física pela PUC-Rio, Pinguelli é Mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe e Doutor em Física também pela PUC, além de Membro Titular da ABC.
Segundo o Acadêmico, a Coppe tem o objetivo de se envolver com a graduação e se dedica, principalmente, aos programas de pós-graduação e pesquisa. “Temos doze programas, que vão desde a Engenharia Biomédica até a Engenharia de Transportes. Todas as áreas nas quais trabalhamos são interdisciplinares e altamente contempladas pela nossa infraestrutura física”, explicou. Pinguelli citou como exemplo o Laboratório de Tecnologia Oceânica, o LabOceano, que realiza muitos convênios com a Petrobras. “O laboratório está, atualmente, desenvolvendo um gerador elétrico com ondas do mar, que será inaugurado pela empresa Tractebel Energia.”
Pesquisa e Inovação
A relação da Coppe com as empresas se estabelece através da Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Fundação Coppetec), onde também acontece a interação do instituto com organismos nacionais e internacionais, firmando contratos e convênios. “A Coppetec é uma fundação privada ligada à Coppe. Nos anos de 2009 e 2010, a receita girou em torno de R$ 175 milhões”, ressaltou. O Acadêmico explicou, ainda, que os professores não podem fazer projetos sozinhos: é necessário realizá-los pela Fundação, ficando uma parte dos recursos do projeto com o coordenador, outra com o departamento responsável e uma com a Coppe. “Fazemos, por exemplo, um projeto com a Cedae, visando a produção de biodiesel a partir do esgoto sanitário”.
Dentro do cenário promissor, surgiu o Coppe Idea, com o intuito de estimular a criação de empresas utilizando processos desenvolvidos pela universidade. “Queremos aproveitar o potencial de alunos e professores. Estamos sempre injetando novidades nos cursos para estimular a criação e o surgimento de ideias”, contou Pinguelli.
Empresas estrangeiras como a Schlumberger e a FMC Produtos Agrícolas se encontram no parque tecnológico da Coppe. “O instituto faz muita simulação, pois não há nenhuma engenharia sem ela. Devido ao nosso número de laboratórios, que trabalham com a matéria prima pura, as empresas se sentem atraídas: temos cérebros, tecnologia e ação”, disse o diretor.
O Acadêmico relatou que o projeto Coppe Idea realiza muita consultoria. “Infelizmente, as empresas ainda sofrem com a falta de interesse tecnológico, mas elas esquecem de um pequeno detalhe: o que dá dinheiro são as ideias de maluco. Falta coragem às empresas brasileiras”. Finalizando, Pinguelli observou que, para despertar o interesse das empresas, os centros de pesquisa, tecnologia e ciência precisam fazer um curso de capitalismo empreendedor. “Só assim vamos conseguir atrair cada vez mais empresas: falando a mesma língua”.