O Acadêmico Otto Richard Gottlieb, reconhecido internacionalmente por suas contribuições à Química, faleceu na madrugada do dia 20 de junho. Ele foi responsável por desenvolver estudos sobre a estrutura química das plantas, que permite analisar o estado de preservação de vários ecossistemas brasileiros. Sua pesquisa o levou a ser indicado ao Prêmio Nobel de Química em 1999.
Nascido na Tchecoslováquia (atual República Tcheca) em 1920, Otto chegou ao Rio de Janeiro em 1939. Sendo sua mãe natural de Petrópolis, ele optou por obter a nacionalidade brasileira aos 21 anos. Graduou-se em Química Industrial em 1945 e, após atuar na indústria durante dez anos, decidiu seguir a carreira acadêmica.
Fascinado pela diversidade da composição química da flora brasileira, Otto foi pioneiro na introdução da fitoquímica e da química orgânica moderna. O cientista considerava que, no século XXI, a compreensão dos mecanismos da natureza teria grande importância para o futuro da vida no planeta e constituiria o desafio mais significativo para os cientistas que vivem nas últimas fronteiras biológicas. Ele estudou, entre outras espécies, as lauráceas e miristicáceas, além da canela, cujo estudo resultou em aplicações medicinais, fitoterápicas e culinárias da espécie.
Com mais de 700 trabalhos publicados, Otto implantou o laboratório de fitoquímica da Universidade de Brasília (UnB), criou o laboratório de Química de Produtos Naturais no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e foi pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no antigo Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica, onde atuou até se aposentar.
Entre os muitos prêmios e homenagens conquistados pelo cientista, estão a Condecoração de Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida pela Presidência da República; o prêmio de C&T da Cidade do Rio de Janeiro, concedido pela Prefeitura; o Prêmio Scopus 2006, concedido pela Editora Elsevier e Capes/MEC, e a Medalha do Mérito do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O sepultamento acontecerá nesta terça-feira (21 de junho), às 12h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.