A dedicação aos pacientes foi um estímulo para que a médica Simone Appenzeller seguisse a carreira científica. Desde que ingressou na universidade, a jovem percebeu que a pesquisa era o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Paulista, Simone tem apenas 36 anos e carrega no currículo a graduação em Medicina, com especialização em Reumatologia, e o doutorado em Clínica Médica, ambos na Unicamp, além de um pós-doutorado, realizado durante dois anos na Mcgill University, no Canadá.

O desejo de se tornar médica começou na adolescência e o bom rendimento na escola ajudou a estudante a realizá-lo cedo. “Eu queria ser médica para ajudar as pessoas e, como era uma boa aluna e me dedicava bastante aos estudos, prestei vestibular e fui logo aprovada”, conta. Já no início do curso, Simone se interessou pela área científica e pelo contato direto com os pacientes, em busca de melhorias em seus tratamentos. Hoje, Simone também ensina aos estudantes de Medicina e aos residentes de Reumatologia e Reumatologia Pediátrica no próprio hospital da Universidade.

A pesquisadora foi uma das laureadas da categoria Ciências Biológicas, Biomédicas e da Saúde com a pesquisa “Avaliação da Saúde Sexual e Qualidade de Vida em Mulheres com Doenças Reumáticas”. Com o estudo, Simone pretende buscar alternativas de tratamento para que as mulheres com doenças reumáticas crônicas possam ter uma melhora, não só da qualidade de vida, como também da sexualidade.

“Nossa intenção é melhorar a autoestima dessas mulheres, que sofrem com doenças como o lúpus, nosso principal objeto de estudo, e mostrar que elas podem ter uma vida normal”, explica a pesquisadora. Os aspectos avaliados no estudo são as mudanças nas relações interpessoais, as alterações provocadas pelos medicamentos e o possível aumento do risco de neoplasia nas pacientes. “Apesar de afetar uma pequena parcela da população, a descoberta do lúpus provoca diversas reações nas mulheres: algumas pacientes casadas chegam a terminar os seus relacionamentos, enquanto outras ficam deprimidas e param de se relacionar em seu meio social”, conclui.

Em sua rotina diária, que é dividida entre a dedicação frequente aos pacientes e o estudo dos avanços da Reumatologia, a pesquisadora ainda encontra tempo livre. “Trabalho muito e não tenho horário fixo, mas reservo um tempinho para outras atividades, como ir à academia e encontrar os amigos. Sempre que posso, gosto de viajar e conhecer lugares novos”, revela.

Para ela, ser uma das laureadas do Programa é um reconhecimento importante para a carreira. A pesquisadora acredita que o resultado trará ainda mais benefícios: “O prêmio dará visibilidade à doença, os pacientes participarão mais ativamente e a pesquisa evoluirá com mais rapidez. Estou muito feliz com essa vitória!”, comemora.