O Acadêmico Isaias Raw e o pesquisador Niro Higuchi – indicado pelo presidente da ABC Jacob Palis – são os contemplados deste ano com o Prêmio Fundação Bunge nas áreas de Ciências Florestais e Saúde Pública/Medicina Preventiva, respectivamente.
O anúncio dos agraciados foi feito em 30 de julho, logo após a reunião do Grande Júri, colegiado formado por representantes de entidades científicas e reitores, realizada tradicionalmente no Tribunal de Justiça de São Paulo.Na categoria “Juventude” o agraciado em Ciências Florestais foi Alexandre Fadigas de Souza (Unisinos) e em Saúde Pública/Medicina Preventiva, Guilherme de Sousa Ribeiro (UFBA).
O prêmio
O Prêmio Fundação Bunge foi criado há 55 anos para incentivar a inovação nas diversas áreas do conhecimento, que se alternam a cada edição. A categoria “Vida e Obra” reconhece o trabalho de um especialista, cuja carreira já está consolidada na área em que atua e os projetos realizados representam um patrimônio importante para o país. Já a categoria “Juventude” destaca um profissional de até 35 anos cujo trabalho represente um novo paradigma em sua área.
“Nosso objetivo é reconhecer pessoas cujos trabalhos representem um avanço nas ciências”, destaca Ruy Altenfelder, curador do Prêmio Fundação Bunge. A cerimônia de premiação será realizada em outubro, na Sala São Paulo. Os agraciados receberão R$ 100 mil cada um (categoria Vida e Obra) e R$ 40 mil (categoria Juventude), além de diplomas e medalhas. No mesmo mês acontece um Seminário Internacional sobre os temas do prêmio deste ano.
Os premiados
O Acadêmico Isaias Raw, natural de São Paulo, é formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Bioquímica, tornando-se posteriormente Professor Catedrático de Bioquímica da mesma instituição.
Cientista de valor reconhecido internacionalmente, suas principais contribuições são na área da Bioquímica de Macromoléculas, com ênfase em proteínas. É conhecido também por seus projetos educacionais dirigidos a professores e a alunos, seja no ensino médio ou superior. Foi ele quem criou o Instituto Brasileiro para Educação, Ciência e Cultura da UNESCO, hoje Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências, de onde nasceram os Clubes de Ciência, as Feiras de Ciências e o concurso Cientista do Amanhã.
Raw também criou e dirigiu o Curso Experimental de Medicina da Faculdade de Medicina da USP e a Fundação Carlos Chagas. Atuou como consultor da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS e do Banco Mundial para um programa sobre alimentação e qualidade de vida. A partir de 1985, passou a atuar no Instituto Butantan. Ensejou a sua renovação e revitalização e sob a sua liderança implantou-se uma revolução tecnológica na área de produção de vacinas, soros e biofármacos, a destacar as vacinas contra hepatite B, contra raiva em cultura celular, o desenvolvimento da vacina contra dengue tetravalente e, recentemente, a vacina contra influenza A H1N1, em escala capaz de beneficiar inúmeros países. É pesquisador emérito do CNPq e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Niro Higuchi possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestrado em Engenharia Florestal pela mesma universidade, doutorado pela Michigan State University e pós Doutorado pela University Oxford.
Sua atuação profissional inclui atividade de docência, pesquisa e direção junto à Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde atua como pesquisador da Coordenação de Silvicultura Tropical e professor do curso de pós-graduação em Ciências de Florestas Tropicais. É especialista em dendrometria e inventario florestal e coordena projetos sobre Manejo Florestal, Madeiras da Amazônia e Dinâmica de Carbono.
Higuchi foi o único Engenheiro Florestal que participou da produção de diferentes documentos do International Painel Climate Change (IPCC), cujo grupo recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. É ainda membro de comitês, entre os quais da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (FUNTAC) e do Silvolab. Coordena projetos financiados pela Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros.