Em comemoração ao aniversário de 30 anos da FAPERJ, o recém-reformado Theatro Municipal do Rio abriu suas portas na noite de quinta-feira, 24 de junho, para receber a comunidade científica e tecnológica do estado e celebrar as conquistas da pesquisa fluminense após as três décadas de atividades da Fundação. Cerca de duas mil pessoas, entre representantes da comunidade acadêmica, autoridades, ex-presidentes da Fundação e de seu Conselho Superior, prestigiaram a solenidade, que também prestou homenagem ao centenário de nascimento do patrono da FAPERJ, Carlos Chagas Filho (1910-2010).

O presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, abriu o evento fazendo um balanço do papel que a Fundação vem desempenhando para fomentar o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação fluminense. “Nesses 30 anos, a Fundação foi consolidando continuamente a sua estrutura e aperfeiçoou estratégias, mostrando-se cada vez mais presente nas instituições de pesquisa e em micro e pequenas empresas. Certamente, isso se deve à grande e forte comunidade científica do nosso estado”, reconheceu.

Marques destacou a conjuntura política que permitiu à Fundação estabelecer um novo patamar de recursos para o apoio à pesquisa e ter mais regularidade no pagamento de auxílios e bolsas. “O cenário que antes apontava para um discreto investimento mudou quando o governador Sérgio Cabral, nos primeiros meses de sua gestão, anunciou o repasse de 2% da receita tributária estadual à FAPERJ. Esse é um grande marco a ser comemorado”, disse, lembrando que nesse período mais de R$ 200 milhões foram captados em convênios com diversos ministérios e suas agências, o que aumentou ainda mais a capacidade de fomento da Fundação. “Desde 2007, mais de R$ 950 milhões foram destinados à C,T&I no estado e chegaremos ao final do ano superando a marca de R$ 1,1 bilhão no quadriênio 2007-2010.”

Entre os programas desenvolvidos recentemente pela FAPERJ, ele ressaltou a relevância da implantação do Rio Inovador, que já criou condições de financiamento para mais de 700 projetos de micro e pequenas empresas em todas as regiões do estado. “Esse programa possibilitou mudanças nas características de fomento, permitindo a inserção de inovações tecnológicas, e vem contribuindo para a redução das desigualdades regionais, para a geração de emprego e renda e para a fixação do homem em melhores condições de vida no seu local de origem”, ponderou.

O secretário estadual de C&T, Luiz Edmundo Costa Leite, acredita que a passagem dos 30 anos da FAPERJ ocorre em um momento especial para o desenvolvimento da pesquisa no Rio de Janeiro e no Brasil. “O Rio concentra uma quantidade imensa de conhecimento. Tradicionalmente teve grandes cientistas, como Carlos Chagas Filho, e vai desenvolver cada vez mais progresso, mais ciência e possibilidades do ser humano crescer dentro de uma visão em que a tecnologia é valorizada”, disse. “A FAPERJ assume agora a missão de interiorizar mais o apoio à C&T do estado e incorporar o setor produtivo no incentivo à inovação.”

O presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Jacob Palis (na foto ao lado), engrossou o coro. Para ele, a trajetória de 30 anos da Fundação representa uma “epopeia com final feliz”. “Tudo mudou no estado do Rio em relação à melhoria de sua Fundação de Amparo à Pesquisa e não há retorno possível”, avaliou, acrescentando que o Brasil como um todo avançou muito em sua produção científica, não só em quantidade, mas também em qualidade. “Estamos à frente, em termos qualitativos, dos países do BRIC, mas para manter essa posição devemos redobrar nossos esforços e estabelecer a C&T como uma estratégia de Estado e não de governo.”

O ministro interino da C&T, Luiz Antonio Rodrigues Elias, afirmou que a integração entre as esferas federal e estadual é fundamental para o êxito da política nacional de ciência e tecnologia. “O Governo Federal se empenhou na estruturação de uma agenda nacional de C,T&I compartilhada com a política industrial. Ampliamos as parcerias com os estados da federação e hoje temos 14 estados com Lei de Inovação, mas nada seria feito se não tivéssemos instituições fortes nos estados que pudessem dar dimensão a essa agenda, como a FAPERJ.”

Participaram da mesa de abertura da solenidade as seguintes autoridades (na ordem da foto): a vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Wrana Panizzi; o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luís Manuel Rebelo Fernandes; o presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novelino; o ministro interino de C&T, Luis Elias; o representante da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados e deputado federal e ex-secretário estadual de C&T, Alexandre Cardoso; o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Mario Neto Borges e a presidente do Conselho Superior da FAPERJ, Albanita Viana.

Uma série de homenagens deu o tom à solenidade pelos 30 anos da FAPERJ. Durante o evento, foram entregues os termos de outorga de oito editais lançados pela Fundação no primeiro semestre de 2010. Juntos, eles totalizaram mais de R$ 30 milhões em investimentos em C,T&I. Em seguida, houve a entrega de medalhas comemorativas a bolsistas e pesquisadores de diversas áreas e formações, desde o ensino médio ao doutorado, além de empreendedores que se destacaram em projetos de C,T&I contemplados pela Fundação em 2009.

Em memória ao patrono da Fundação, o presidente da FAPERJ homenageou as duas filhas de Carlos Chagas Filho, Cristina Isabel e Maria da Glória. “A FAPERJ tem em Carlos Chagas Filho um grande modelo e reafirma o compromisso com o legado que ele deixou ao Rio e ao mundo”, disse Ruy Marques. As homenagens estenderam-se a todos aqueles que ajudaram a construir a história da Fundação. Todos os ex-presidentes do Conselho Superior da FAPERJ e os ex-presidentes da Fundação foram condecorados. Representando todo o corpo de funcionários, Jorge Lauria foi homenageado.

Durante a cerimônia, foi realizado o lançamento do livro Rio Científico – Inovação e memória, organizado sob a coordenação do pesquisador Ítalo Moriconi, coordenador executivo da editora EdUerj, da Uerj, a partir de demanda da FAPERJ. O livro conta, em uma linguagem simples, a história dos acontecimentos científicos do estado, levando em conta iniciativas relevantes em diversas áreas do conhecimento.

Ao final da cerimônia, os participantes do evento foram brindados com a apresentação musical do compositor, violonista e cantor João Bosco. A cerimônia foi prestigiada com a presença de dirigentes das principais instituições de ensino e pesquisa sediadas no Estado do Rio de Janeiro, agências governamentais, parlamentares, membros do poder executivo, entre outras autoridades.