Após a outorga do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia 2009, sob o patrocínio do CNPq e da Fundação Conrado Wessel (FCW), foi iniciada então a diplomação e posse dos 27 novos membros da ABC, eleitos na Assembléia Geral de 22 de dezembro de 2009.

Membros Titulares

Eugenio Foresti, Professor Titular da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).

Fernanda Margarida Barbosa Coutinho (in memoriam), Professora Titular do Instituto de Química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Ivan Chestakov, Professor Titular do. Departamento de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo (USP).

José Carlos Pinto, Professor Titular do Programa de Engenharia Química da COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

José Eduardo Krieger, Professor Titular de Medicina Molecular e diretor do Departamento de Clínica Médica/ Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular da Faculdade de Medicina/Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, Universidade de São Paulo (USP).

– José Mario Martinez, Professor Titular do Departamento de Matemática Aplicada do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Julio Scharfstein, Professor Titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ.

Karl-Otto Stöhr, Pesquisador Titular do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Rio de Janeiro.

Lauro Tatsuo Kubota, Professor Titular do Instituto de Química da Unicamp
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Luiz Antonio Martinelli, Professor Titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.

Luiz Drude de Lacerda, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza.

– Luiz Eugênio Araújo de Moraes Mello, médico e biólogo, diretor do Instituto Tecnológico Vale, Vale S.A., – São Paulo.

Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, Professor Titular de Neurobiologia do Departamento de Neurobiologia da Universidade Duke, em Durham, Estados Unidos; fundador e diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).

Moacir Wajner, Professor Titular do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.

Renato Machado Cotta, Professor Titular do Laboratório de Transmissão e Tecnologia do Calor (LTTC) do Programa de Engenharia Mecânica (PEM) da COPPE/Escola Politécnica, UFRJ.

Ricardo Antunes de Azevedo, Professor Titular do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), em Piracicaba.

Ricardo Paes de Barros, economista e técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Rio de Janeiro.

Sérgio Costa Oliveira, Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
Takeshi Kodama, Professor Titular, Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

– Thaisa Storchi-Bergmann, Professor Associado/Chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre.

Valderez Pinto Ferreira, Professora Associada do Departamento de Geologia do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife.

Membros Correspondentes

– Alan Sher, chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias dos Institutos Nacionais de Alergia e Doenças Infecciosas (NIH), Bethesda, Estados Unidos.

Herbert Bernard Tanowitz, Professor de Patologia e Medicina do Albert Einstein College of Medicine da Yeshiva University, New York, Estados Unidos.

– Hervé Chneiweiss, diretor de pesquisa, Laboratório de Plasticidade Glial do Centro de Psiquiatria e Neurociências do INSERM (em francês, Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica)/Escola de Medicina, Universidade de Paris Descartes, Paris.

José Abrunheiro da Silva Cavaleiro, Professor Catedrático da Unidade de Investigação em Química Orgânica e Produtos Naturais do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, Portugal.

José Nelson Onuchic, Professor e co-diretor do Departamento de Física do Center for Theoretical Biological Physics (CTBP), na Universidade da Califórnia-San Diego, Estados Unidos.

Serge Haroche, Professor de Física Quântica, Collège de France, em Paris.

Saudação aos novos empossados

O Acadêmico Horacio Schneider desejou boas vindas aos novos membros da casa, conclamando a todos a participarem de um esforço para a redução das desigualdades no país. Destacou que é um dos nove Membros Titulares da Região Norte – que corresponde a cerca de 60% do território do país – e que a questão amazônica é uma frente de atuação fundamental para a comunidade científica brasileira. “A ABC tem produzido documentos que desnudam as assimetrias na Amazônia e que apontam caminhos no sentido de fornecer subsídios científicos aos nossos dirigentes para o estabelecimento de políticas públicas afirmativas que promovam o desenvolvimento da Amazônia”, apontou Schneider.

Para o Acadêmico – biólogo paulista radicado no Pará desde os anos 70 e que se mudou para Bragança há mais de dez anos para fundar um campus avançado da Universidade Federal do Pará (UFPA) – essa certamente não é e nem será uma empreitada trivial, pois o passivo das desigualdades acumuladas ao longo do tempo não pode ser resgatado a curto prazo. A formação de recursos humanos, pela sua natureza, demanda tempo. Requer a melhoria do ensino fundamental e médio, o aumento de número de graduados em áreas estratégicas, a formação ou atração e fixação de mestres e doutores. “Tudo isso representa um enorme desafio e para enfrentá-los contamos com vocês. Sejam bem-vindos a ABC, que os recebe de braços, corações e mentes abertos.”

Ciência, Tecnologia e Educação: prioridades nacionais

A Acadêmica Thaisa Storchi Bergmann, representando os recém-empossados, agradeceu à comunidade acadêmica “pelo reconhecimento e valorização do trabalho científico dos 27 novos membros, através da sua eleição para membros desta prestigiosa Academia”. Destacou que esse trabalho tem sido possibilitado por um ambiente cientificamente fértil que aos poucos está sendo conquistado no Brasil. “Na minha área, de astronomia ótica, o investimento em projetos de caráter internacional, como o SOAR – com um telescópio de 4m e o Gemini – com dois telescópios de 8m – tem sido fundamental para colocar o Brasil na direção de se tornar uma liderança mundial. Mas não podemos parar ai; já se iniciam projetos de telescópios maiores como cooperação entre vários países dos quais não podemos ficar de fora.”

A pesquisadora observou que o Brasil é certamente uma liderança na América Latina e que para ser uma liderança global, competindo com Europa e Estados Unidos – o que já ocorre em algumas áreas médicas -, ainda há muito a avançar nas áreas técnicas, como Física e Engenharia. “São necessários mais investimentos, a geração de mais patentes, mais interação com a indústria. Precisamos também valorizar mais nossos professores de ensino fundamental, pois a eles confiamos nada menos do que a educação de nossas crianças, um estágio fundamental para alicerçar a formação de uma sociedade mais rica e justa.”

Segundo Thaisa, muitas comparações vêm sendo feitas entre o cenário brasileiro e o da Coréia do Sul, que adotou, nas últimas décadas uma política de priorização da educação, bem como da ciência e tecnologia. O resultado foi a mudança radical de seu desempenho, que passou de consideravelmente pior para muito melhor que o do Brasil. “Isto é resultado de um investimento que, proporcionalmente, é cerca de três vezes maior do que o do Brasil nestas áreas. A mensagem que podemos tirar deste exemplo é que precisamos investir mais em educação, ciência e tecnologia, com o objetivo de alavancar a economia e o progresso do nosso país. Esta deve ser uma prioridade nacional.”

O presidente da ABC Jacob Palis considerou a noite quase mágica, pela satisfação de receber os novos membros e pela alegria de homenagear o colega de tantos anos, o grande cientista Luiz Davidovich. Destacou também que o Prêmio FCW de Ciência Básica foi outorgado este ano a outro diretor da ABC, Jerson Lima, e que a ABC se sentiu honrada ao saber da indicação de outro diretor, Carlos Henrique de Brito Cruz, para a equipe de acompanhamento do IPCC. Palis ressaltou o compromisso da ABC com a participação de pesquisa e desenvolvimento junto a empresas instaladas no país, através dos eventos Academia-Empresa que estão sendo planejados, sendo que no Rio de Janeiro já foi realizado com grande sucesso, durante a Feira Faperj 30 Anos. Reforçou alguns pontos das atividades da ABC, especialmente a descentralização da ABC com a criação das vice-presidências regionais, o incentivo à participação de jovens cientistas na ABC e a atuação dos Grupos de Estudo em diversas áreas, que vêm gerando documentos de grande impacto e repercussão social.

O ministro Sergio Machado Rezende encerrou a cerimônia ressaltando a juventude da ciência brasileira, afirmando que por conta disso ela ainda não deu a sociedade o retorno que esperado, motivo pelo qual não tem ainda uma valorização social maior. “Mas após períodos de instabilidade, nos últimos anos temos passado por melhores momentos. O orçamento para C&T é o maior na história do país e temos podido apoiar tanto a Ciência básica como a Ciência aplicada”.

Rezende destacou a ação do Governo no incentivo à pesquisa e desenvolvimento nas empresas, num movimento pela inovação que está ganhando dimensão no país, com vários Acadêmicos envolvidos na criação de parques tecnológicos e na criação de novas empresas. “O panorama da C&T no Brasil está mudando rapidamente e esse movimento é irreversivel, seja qual for o governo que se suceder não terá como fazer esse movimento retroceder”. Agradeceu a participação da Marinha brasileira no evento e declarou-se muito satisfeito em entregar o Prêmio Almirante Álvaro Alberto a seu colega e amigo Luiz Davidovich, que aceitou o desafio de encaminhar a 4a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (4CNCTI) deste ano, a ser realizada entre 26 e 28 de maio próximos, sendo um evento de grande porte que pretende deixar propostas para o crescimento da C&T no país para os próximos dez a vinte anos.