Nascida em Araraquara, interior de São Paulo, o divertimento de Andrea de Camargo quando criança era brincar com insetos e plantas. A ciência despertava-lhe muito interesse e o fato de ter uma prima professora do Departamento de Química da Unesp – Profª Elisabeth Berwerth Stucchi – a aproximou da vida acadêmica. “Eu sempre tive inclinação para as Ciências Exatas e o exemplo desta prima colaborou para despertar meu interesse pela Química”, recorda

Assim, graduou-se como Bacharel em Química pelo Instituto de Química de Araraquara na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), onde também concluiu seu mestrado com ênfase em Química Inorgânica, atuando em colaboração com o Professor Luiz Antônio de Oliveira Nunes. Posteriormente, realizou doutorado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) sob orientação desse pesquisador.

Em 2006, foi admitida como professora no IFSC/USP para atuar junto ao Grupo de Ressonância Magnética Nuclear, Espectroscopia e Magnetismo, com objetivo de reestruturar um antigo laboratório de Magneto-Óptica e reativar suas atividades através da implementação de novas linhas de pesquisa. Num congresso científico conheceu o fisico-químico alemão Hellmut Eckert, especialista em Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de alta resolução em sólidos, com o qual tem mantido, ao longo dos últimos quatro anos, sólida parceria acadêmica e pessoal – são casados e tem um filho.

Atualmente, a Profª Andrea desenvolve projetos de pesquisa relacionados a síntese e caracterização de novos materiais ópticos utilizando técnicas espectroscópicas (ópticas e de RMN), na Westfälische Wilhelms Universität Münster (WWU), na Alemanha, com bolsa da Fundação Alexander von Humboldt.
“Até então minhas pesquisas vinham sendo baseadas na investigação das propriedades ópticas e espectroscópicas de sólidos (cristais, vidros, cerâmicas transparentes) com potencial emissão laser na região espectral do infravermelho próximo. Os lasers de infravermelho são utilizados, por exemplo, para a transmissão em telecomunicações e em uma gama de aplicações médicas” explica.

Mais recentemente, através do estágio de pesquisa na WWU, a pesquisadoratem buscado expandir sua atuação científica através do estudo de materiais nanofotônicos com aplicações em dispositivos emissores no visível e marcadores biológicos, e da utilização de técnicas modernas de RMN para estudos destes e de outros materiais. “Esta tem sido uma oportunidade ímpar para expandir minha agenda de pesquisa nas áreas de Física Aplicada e de Ciências de Materiais. Minha meta é trazer futuramente novas idéias de pesquisa para o IFSC/USP”, complementa. Atualmente, dois alunos de doutorado da Profª Andrea também se encontram trabalhando com ela na WWU.